quarta-feira, 31 de outubro de 2012

De Volta à Mansão Thompson.



O post de hoje é uma história fictícia, um conto inspirado em outro post fictício meu de 2010, “A Mansão Thompson” e também inspirado no episódio “The Secret of the Whispering Walls” da série Nancy Drew para TV. Para não “picar” o conto em “capítulos” fiz um post maior do que o de costume! Espero você goste!

 Durante minha viagem no meio segui até a Inglaterra com destino à cidade de Salisbury, no condado de Wiltshire, onde moram meus primos do segundo grau que trato como Tio Albert e Tia Megan. Além de visitá-los encontraria com Bianca minha prima e meus tios que estavam de férias por lá.
Após a viagem eu precisava descansar e foi o que fiz depois do encontro com meus parentes. Bianca me contou sobre ter estado em Londres e como isso fora incrível, mas que estava super ansiosa por minha chegada, já que apesar de Londres ser “tuuuuudo”, ainda não era o local que ela estava mais ansiosa para visitar. Imaginei tratar-se de Stonehenge (um momento megalítico da idade do bronze localizado nas planícies de Salisbury).

“Claroooooooo que quero estar em Stonehenge! Mas estou falando da Mansão Thompson!”

Bianca se referia à antiga mansão situada na estrada Odstock (o meio do nada) sobre a qual contam histórias de assombrações e é chamada de Mansão Thompson, pois há relatos de que lá viveram pessoas de sobrenome Thompson (por sinal, meu sobrenome) e que seus espíritos assombram o evitado endereço há séculos.

“Bianca, é uma casa velha! E pra falar a verdade coisas muito estranhas aconteceram quando estive lá em 2010 com a Amanda e os irmãos dela! Você os conheceu? Os vizinhos aqui da casa ao lado.”
“Sim, eu conheci e eles falaram que não voltariam lá de jeito nenhum, por que acham que o Daniel (irmão da Amanda) dormiu com um fantasma no sofá! Mas a gente pode ir lá, né?”

Bianca acabou me convencendo de tanto que insiste! Ai essa menina parece comigo!
Saímos para visitar a velha mansão e Bianca levou câmera, pois queria uma foto dos fantasmas! (seria o máximo voltar das férias e mostrar os fantasmas de uma mansão com nosso nome! Pode?).
Nada de ir à noite, vamos de dia mesmo! A última vez foi bem tenso! Ela preferia a noite, afinal, é quando é mais fácil ver os fantasmas, mas fomos ainda com dia claro. Era isso ou nada.
O ônibus enguiçou no caminho (logo ônibus inglês?) 


“Tá vendo, Aline? Os fantasmas sabem que serão descobertos!” comentava animadíssima minha prima. 
“Tá, vamos seguir a pé daqui, não é muito mais longe”.

Depois de alguns quilômetros cruzamos com um homem muito estranho que caminhava pela estrada.

“Que roupas são essas? Esse cara é desse século?”.
“Claro que não, Aline! É de séculos atrás! É um fantasma” disse a Bia.

O sujeito com capa pesada, chapéu caído, que andava mancando e carregando ferramentas de campo se precipitou em nossa direção. Saímos correndo. Bia gritando/ correndo/ tentando tirar foto.
“Tudo isso pra não dar uma esmola?” comentou indignado o homem após estarmos a uns trezentos metros de distância. Bia e eu nos olhamos. “Estranho!”


Seguimos até a mansão! Uma velha construção vitoriana abandonada e de portões enferrujados! A Mansão Thompson! Ela é de dar arrepios!


“Tá bom Bia! Vamos olhar lá dentro rapidinho e vamos embora!” eu disse.
Atravessamos o terreno e entramos na mansão...
“O Daniel dormiu foi nesse sofá aqui?” perguntou Bia.
“É foi sim!”.
“Que coragem, deve ter muitos ácaros!”

Apesar de tudo estar abandonado eu achei que o lugar estava mais limpo do que da vez em que Amanda, Daniel, Lucy e eu o visitamos!
Bia estava super empolgada e sabia de toda a história ocorrida em 2010.

“Vamos ver o banheiro de cima? Não foi lá que você viu o fantasma no espelho?” pediu Bia.
“É, foi sim.”

Subimos as escadas, em minha memória veio o quanto me senti desconfortável e como minhas mãos suavam frio
quando as subi daquela vez!
Um tremendo estrondo assim que acabamos de subir e um susto daqueles! Era a escada que despencou assim que chegamos ao segundo andar!

“Ai tá vendo, Bia? E se estivéssemos no meio da escada ainda? Isso que dá entrar escondido em mansões abandonadas por séculos!”
“Foram os fantasmas! Querem nos prender no segundo andar! D= Peraí! Mas os fantasmas não são Thompsons como nós? Deveriam ser legais com a gente!” disse a Bia.

Eu já estava arrependida de topar a besteira da visita!

“Tá Bia, vamos ver essa droga de banheiro e depois vamos sair daqui, deve haver outro modo de voltar para o primeiro piso!”

Entramos no banheiro.

“Tá aí o espelho! Pode tirar uma foto dele e torcer pra ter fantasma nela e vamos embora!” eu disse.

A porta do banheiro bateu forte fechando, Bia se agarrou em mim e começou a gritar.

“Calma Bia! Isso deve ter sido uma forte corrente de ar!” e corri para abrir a porta, mas... “Que droga, Bia! Essa maçaneta velha e enferrujada travou, não tem como abrir! Agora estamos presas aqui!”
Bia respondeu “Foram os fantasmas! Não fica nervosa, Aline, eu li numa revista de Wicca que espíritos malvados se alimentam de raiva! Ué! Mas será que os fantasmas Thompsons são do mal, Aline?”
“Ai Bia, para com isso de fantasma e telefona para seu pai, pro tio Albert... pra alguém! Vamos levar uma bronca daquelas, mas eles nos tiram desse lugar!”

Os telefones estavam sem sinal (Lógico!), Bia deu o crédito da falta de sinal aos fantasmas.
Estávamos presas lá e já estava escurecendo! É! Não saímos tão cedo quanto deveríamos!
Enquanto planejávamos chutar a porta até abrir começaram sons! Muitos sons! Ficamos assustadas!

“São os fantasmas!” sussurrou a Bia.
“Ou são outras pessoas na casa!” respondi.

Resolvemos ficar quietas. Muito tempo se passou. Bia estava com muito medo e tapava os olhos dizendo que o fantasma apareceria no espelho a qualquer momento, e que iria querer nos arrastar através do espelho para o pós-vida e coisas assim. Os estranhos ruídos continuavam.

“Espera, Bia! Aparecem vir de DENTRO DA PAREDE!”
“=O Será que tem os ossos de algum fantasma que morreu assassinado aí dentro?” disse a Bia. “Ele quer que encontremos e finalmente saibam do assassinato!”
“Espera!” eu disse depois de dar algumas batidinhas na parede.
“Esse pedaço aqui atrás desse papel de parede parece oco!”

Rasguei o papel e para nosso espanto havia um túnel! Entramos no túnel usando as luzes dos celulares que estavam fora de área, mas que ainda bem não tinham ficado sem bateria. Era um túnel estranho, e descia, fomos descendo cada vez mais e eu percebi que fomos parar abaixo do nível da mansão. Quanto mais a gente avançava os ruídos ficavam mais altos e claros! Eram ruídos de máquinas!
Chegamos a uma caverna escondida debaixo da mansão, com máquinas funcionando, chegamos mais perto e...

“Euros! Aline, são máquinas de falsificar dinheiro!” gritou Bia.
“Não grita!” - Tarde demais!
“O que temos aqui? Meninas enxeridas! Pois é, mocinhas! Uma mansão com fama de assombrada no meio dessa estrada sem nada é um esconderijo perfeito para a gente! Mas vocês não vão sair daqui pra contar isso a ninguém!” disse um dos três caras com cara de bandido que apareceram.
“Corre, Bianca!” saímos correndo pelo túnel!
“Segura essas garotas” gritou um dos bandidos. “Cadê a arma?” perguntava aflito outro bandido. “Vamos logo, vocês não conseguem segurar duas garotas?”

Seguimos loucas em nossa disparada pelo túnel até que...

“AAAAAAAAAHHHHHHH! FANTASMA!”

Demos de cara com uma senhora no túnel.
Som de tiro e eis que despencou parte do túnel com o estrondo da arma, separando a gente dos bandidos. À essa altura Bia preferia os bandidos de tanto medo da senhora que apareceu.

“Meninas, venham comigo! Eu sei como sair daqui!”

A senhora salvadora nos levou por um caminho subterrâneo que conduzia até uma saída ao lado da mansão, no caminho nos contou que sabia, fazia algum tempo, sobre aqueles bandidos, que nos viu entrar na mansão e nos seguiu preocupada!
Quando saímos pela portinha ao lado da casa nos surpreendemos! A polícia havia chegado ao local e também prendido os bandidos! Tio Beto (pai da Bia) preocupado conosco acabou sabendo da Amanda que nós “só poderíamos estar na tal mansão assombrada”! E foi atrás da gente com uma viatura!

“Fazia tempo que estávamos atrás desses bandidos!” disse a polícia.
“Onde está a senhora que encontramos?” quis saber Bianca.
“Não sei!”

No dia seguinte (e depois de uma bronca daquelas) estávamos na casa do Tio Albert e...

“Aline! Olha esse quadro! É a senhora que nos ajudou! É ela! Eu não vou esquecer nunca esse rosto!” disse a Bia! 

“Que isso Bia! Ei! Sim! É ela! Tenho certeza! Tio Albert, quem é essa senhora? Ela que nos encontrou no túnel!”

“Impossível Aline, esta senhora... é sua tataravó... e faleceu em 1902!”

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Feliz Halloween! E...
...beijinhos***