segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Estranho e Extraordinário



A seguinte história foi publicada na coluna “Conexão” do jornal carioca “Expresso” a seis de junho deste ano.


“I.”, moradora do bairro do Méier (Rio de Janeiro). Evangélica desde a infância, sofreu o “pão que o diabo amassou” nos últimos dez anos. Isso porque, tão logo casou com o seu primeiro namorado, educado e carinhoso, sentiu na pele o que acredita ser uma possessão demoníaca.
“M.”, da noite para o dia, passou a falar em línguas estranhas. Havia mudanças de voz e de olhar. Tornou-se violento, xingava, falava sobre coisas do passado da mulher e dos parentes dela com a certeza de quem havia testemunhado. Inclusive revelava assuntos inconvenientes.
Nos raros momentos de lucidez, “M.” concordava com a necessidade de procurar ajuda. Pastores e bispos de igrejas foram procurados sem sucesso. Até que uma sessão de exorcismo realizada na própria casa por um padre da Igreja de Santana, no Rio, definitivamente o curou.
“I.” acredita na influência de espíritos malignos nos lares e até na cabeça de muitos políticos que prejudicam os pobres!


– Será? Seria a solução convocar os monges da Ordem de São Bento para exorcizar nossos políticos? Vote consciente, evite eleger um “endemoniado” (se é que tem um sem demônio!).
“Vade Retro Satana!”

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Estranho e Extraordinário



Massa Gelatinosa 


Um estranho caso começou em 1897, quando um objeto voador não identificado explodiu em pleno ar a 120 km de Dallas, no Texas. Na ocasião, os restos mutilados do piloto foram recolhidos e enterrados no cemitério de Aurora, enquanto os moradores locais saíram a campo para juntar pedaços de metal do aparelho espalhados pela área. Por sua vez, as autoridades da região tentaram obter informações que identificassem o piloto, mas nada conseguiram e o caso caiu no esquecimento. Provavelmente, nunca mais o assunto voltaria a ser especulado, se no início da década de 1970 não começasse a ocorrer algo estranho em Garland, localidade próxima de Dallas e de Aurora. Ali, no quintal da propriedade da Sra. Marie Harris começou a “brotar” e se desenvolver uma massa gelatinosa desconhecida, escura e cheia de borbulhas que, quando seccionada, deixava escorrer um líquido espesso e vermelho, semelhante a sangue.  Ao procurar as autoridades para falar da estranha massa, a Sra. Harris soube que “aquilo” estava surgindo também em outros pontos da região. O caso ganhou repercussão e alguns dos moradores mais antigos trouxeram à tona o acidente que nos fins do século 19 vitimara um ser de procedência desconhecida. Outros se lembraram das pessoas que haviam recolhido pedaços da nave que explodira nas proximidades. O problema despertou interesse e ultrapassou as fronteiras da região. Convencido de que no cemitério de Aurora estão os despojos de um astronauta extraterreno, o diretor do Escritório Internacional de Objetos Voadores Não Identificados, Hayden Hewes, pediu autorização judicial para exumar o cadáver mutilado, enquanto diversos pedaços de metal foram localizados e requisitados, tendo sido enviados aos laboratórios de diversas universidades, para estudos. Ao mesmo tempo em que forte contingente policial era destacado para guardar o túmulo e proibir a aproximação de pessoas, os cientistas se deslocaram para Garland, a fim de recolher e analisar a massa gelatinosa que continuava a se desenvolver. Indagado sobre o que seria a “coisa”, um dos cientistas, Arnold Dittman, disse que poderia se “tratar de uma bactéria com enorme capacidade de crescimento. Talvez uma nova mutação, uma nova espécie completamente diferente”. E concluiu: “Na verdade, porém, não sabemos do que se trata”. Aparentemente, ninguém vai saber do que trata. Passadas já décadas, total silêncio caiu sobre o assunto, a exemplo do que já ocorreu em casos semelhantes, Nem uma palavra foi dita sobre os despojos exumados, sobre os metais analisados, ou a respeito da estranha massa gelatinosa. Apenas um eloquente silêncio.

Revista Planeta, fevereiro de 1974

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Estranho e Extraordinário



A Vingança do Soldado


Em 1949...

Luciano, 22 anos, era soldado da 4ª Seção da 5ª Companhia da Legião Estrangeira, que era composta de 25 homens, na maioria alemães, poloneses e franceses. Luciano era muito bonito e possuía uma voz esplêndida, o que o fazia invejado pelos seus companheiros. Essa inveja aos poucos se transformou em ódio, que se manifestava em brigas diárias.

Depois de muitas intrigas, Luciano passou a ser perseguido pelos oficiais que o escalavam diariamente para as patrulhas mais arriscadas. Com a vida sempre em perigo, ele ainda participava das marchas forçadas, além dos combates aos guerrilheiros e das caças aos rebeldes. Depois de uma dessas expedições ele voltou com os pés sangrando e mesmo assim não conseguiu uma visita ao médico: a intenção era privá-lo de qualquer espécie de repouso.

Certo dia, atacado de uma crise de paludismo, ele ingeriu uma forte dose de quinino para baixar a febre. Pela primeira vez Luciano recusou-se a participar de uma patrulha e pediu uma licença médica. Como resposta foi amarrado completamente nu, no meio do pátio, exposto ao sol, sem receber água. No fim do dia Luciano foi libertado. Arrastou-se até sua tenda, colocou a cabeça na água e planejou a vingança. Foi para o alojamento, apanhou uma metralhadora e atirou no primeiro soldado alemão que tentou impedir sua saída. Quando surgiu no pátio de metralhadora em punho, todos fugiram desesperadamente e se esconderam. Vendo que o sargento e o cabo, seus maiores inimigos, tinham corrido para o banheiro (um cubículo de bambu), Luciano descarregou a metralhadora naquela direção. Julgando-se vingado ele correu para o alojamento, apanhou um fuzil e disparou contra sua própria cabeça. Passado o pânico, descobriu-se que havia apenas um morto: Luciano.
No cemitério militar de Locud seu caixão passou por cima do muro para evitar o portão principal; sua cruz não tinha nada escrito e seu capacete não foi colocado sobre seu túmulo.

Oito meses depois a fileira onde Luciano estava enterrado foi completada e abriram a primeira cova de uma nova fileira, que ficaria exatamente aos pés do morto. A partir desse momento fatos estranhos começaram a acontecer. No mesmo dia da abertura da cova o tenente da 5ª Companhia foi assassinado. Dois dias depois o sargento e o cabo foram mortos com flechas envenenadas. Uma semana mais tarde, quando terminou a guerra de Madagáscar, os 21 restantes morreram todos de uma só vez em um desastre de caminhão. Na fileira de covas, aos pés de Luciano, foram enterrados seus 24 inimigos.

Planeta, janeiro de 1973.



domingo, 14 de setembro de 2014

Estranho e Extraordinário



A edição de 13/11/2013 do Jornal carioca “Expresso” trazia o seguinte relato, em sua coluna “Conexão”.


Em Belém do Pará, por cerca de quase quarenta anos, vários taxistas afirmaram terem apanhado uma passageira e, seguindo sua orientação, a deixarem nas proximidades do cemitério. Ato contínuo, a mulher mandava que fossem cobrar a corrida na casa de seus pais. Somente lá descobriam se tratar de alguém que já havia morrido. Tratava-se de uma vítima de tuberculose, morta na primeira metade do século passado, chamada Josephina Conte.
Depois de longo período sem que tais aparições ocorressem, Josephina virou santa popular e teria praticado alguns milagres especialmente envolvendo jovens mulheres.
Uma professora aposentada disse tê-la visto circulando entre os túmulos na manhã do dia primeiro de novembro de 2013, véspera de Finados.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Estranho e Extraordinário


Em “Histórias Estranhas e Extraordinárias” eu trago relatos sobre fatos estranhos, sobrenaturais, coincidências espantosas, pequenas aventuras que a lógica e o raciocínio humano não conseguem explicar, suficientemente.
Hoje trago mais uma história que foi enviada à redação da revista “Planeta” como um fato real



Mistério do Retrato de Casamento


Sebastião foi um homem querido por todos que o conheceram: alegre, divertido, comunicativo. Ele era dono de uma padaria na cidade de Catende (PE), onde trabalhava como funcionário de uma usina de aguardente. Como diretor da equipe de futebol Leão XIII, ele se tornou bastante popular entre o pessoal da imprensa. No ano de 1967, porém, Sebastião foi obrigado a abandonar todas as suas atividades por causa de uma trombose.
Recuperou-se parcialmente, mas passou a andar de muletas. Como não podia continuar trabalhando, resolveu mudar-se para Recife, onde ficaria morando com uma filha casada, e receberia melhores cuidados médicos. Apesar de todos os esforços, Sebastião morreu em 1969. Nessa ocasião, sua filha menor, Maria Auxiliadora, estava noiva, com o casamento marcado. Em sinal de respeito, resolveram adiar o enlace para o ano seguinte. Em 1970 o casamento se realizou numa igreja completamente vazia num bairro distante de Recife: foi uma cerimônia simples, sem convidados, apenas com a família presente.
A única pessoa estranha era o fotógrafo, Joaquim de Sousa, Ele tinha aceitado o argumento de que a família ainda estava traumatizada com a morte do seu chefe e que não queria muito movimento na igreja. O fotógrafo devia tirar apenas dez fotos e não 40, como de costume. Infelizmente, apesar de Joaquim ser ótimo fotógrafo – ele era um antigo profissional da imprensa pernambucana – apenas quatro das fotografias saíram. A primeira pessoa a ver as fotos foi dona Nadir, esposa de Sebastião. Ficou muito nervosa quando percebeu, sentado na primeira fila da igreja, o seu falecido marido. Os parentes, bem como os jornalistas de Catende, ficaram impressionados com a foto. O negativo foi examinado e constatou-se que não se tratava de uma montagem. Seria um sósia, então? Se fosse, a semelhança era tão grande, que a família teria notado sua presença, já que a igreja estava deserta. Ainda assim a coincidência permaneceria: um sósia aparecer no casamento da filha do outro sósia que vivia a duzentos quilômetros de distância. Segundo o depoimento de todos os presentes, além do fotógrafo, na igreja não havia mais ninguém que não fosse da família.
Todos eles, porém, concordaram que durante a cerimônia, seus pensamentos estavam voltados para o morto.

Revista Planeta, setembro de 1973.