terça-feira, 1 de setembro de 2015

Estranho e Extraordinário



Os Mortos Falam - parte 2

Os Mortos dão instruções

Em muitas ocasiões, o Dr. Raudive gravava uma pergunta pedindo às vozes que respondessem. O gravador era posto a funcionar e, após certo tempo, desligado. A fita era então repassada com o som aumentado ao máximo para conhecer a resposta dada.
Outro método, usado pelo Dr. Raudive e que foi ensinado pelas próprias vozes, é o de lentamente procurar no rádio uma onda adequada para as gravações. Assim que esta era encontrada, ouvia-se um sibilante agora! e o Dr. Raudive iniciava as gravações. Ainda hoje as vozes mostram franca preferência por essa forma de gravação, pois dizem que o microfone limita as possibilidades tanto de transmissão quanto de gravação.
Durante as gravações recomenda-se calma no ambiente e concentração por parte dos assistentes. As vozes explicam que a concentração ajuda o processo de gravação e “atrai entidades”. As conversas dispersivas e inúteis não agradam nem tampouco a descrença daqueles que assistem aos trabalhos, pois as ouvimos dizendo que “certas pessoas são inúteis à recepção”. Ouvimos, também, recomendações para que “desenvolvam as energias e as conservem”. Será que esse “desenvolvimento de energias” é equivalente ao desenvolvimento mediúnico?
Elas podem ver o experimentador e os que assistem aos trabalhos. Ouvem o que é dito, e respondem com inteligência às perguntas, mesmo que estas não lhes tenham sido dirigidas diretamente. Distinguem cores, fazem comentários sobre a “bonita cor” do oscilógrafo (é vermelha). Pedem para que as luzes sejam atenuadas, preferem a vermelha, que condiz com o que sabemos ser necessários nas sessões de efeitos físicos – penumbra ou uma luz vermelha fraca. Não gostam que se fume durante os trabalhos, pois se queixam da “neblina”, causada pela fumaça dos cigarros!

Durante a gravação os assistentes nada ouvem, pois as vozes dos mortos são inaudíveis aos ouvidos nus. Mas quando a fita é repassada com o som aumentado escutam-se ruídos rítmicos que se tornam, aos poucos, mais claros e compreensíveis. São “elas” falando e suas vozes lembram as “humanas”, pois têm timbres diferentes, masculinos, femininos e até infantis. Essa enunciação rítmica e a construção das frases recordam as fórmulas mágicas empregadas pelos feiticeiros africanos e mesmo certas línguas secretas. Cada sentença contem palavras de dois a seis idiomas diferentes, mas os vocábulos são encurtados, existem neologismos, faltam artigos, preposições e verbos auxiliares. Além do mais, são estruturadas numa gramática especialíssima.
Ouvindo-as repetidamente, observa-se que existem regras e características decorrentes nas sentenças, que não podem ser atribuídas à simples coincidência; cada voz tem uma forma inalterada de falar e certas singularidades na linguagem, que a identificam com a pessoa que ela diz ser. Essas características transparecem sempre que a voz conversa. Não podemos deixar de lembrar que geralmente conhecemos as vozes dos nossos amigos quando nos telefonam sem que seja preciso que eles se identifiquem. Há um timbre e um modo de falar que são seus. É o que acontece com as vozes.
Outro detalhe interessante é que a maioria das palavras, em cada sentença, está fundamentada na língua que o experimentador melhor conhece. Na Inglaterra elas falam o inglês.
As vozes se identificam pelo nome, profissão ou parentesco com um dos assistentes. O famoso “Jung” deu seu nome e disse que era um “psicólogo”. A irmã do Dr. Raudive identificou-se pelo nome e deu outros detalhes conhecidos pela família. Pessoa que em vida falava o francês, continuou usando muito o francês nas sentenças, lembrando os ouvintes que a conheceram antes de morrer, os fatos ocorridos em vida, na França. Não pode, pois, haver dúvida quanto à sua identidade. Elas dão provas de sua inteligência, pois não só respondem acertadamente como têm o dom da precognição, da retrocognição e conseguem ler os pensamentos dos que estão na sala. Estes são dons paranormais.




Extraído de Revista Planeta - fevereiro de 1974

sábado, 22 de agosto de 2015

Estranho e Extraordinário



Os Mortos Falam - parte 1

O músico sueco, Friedrch Juergenson, desejava registrar o canto dos pássaros. Para isso teria que colocar seu gravador em lugar arborizado e sossegado. Pensou em sua fazenda e foi para lá fazer a primeira experiência com o canto das aves, que fracassou em virtude da intromissão de vozes estranhas e misteriosas falando rapidamente, num ritmo invulgar e usando uma língua curiosa!

O fracasso levou-o a tentar novamente. Tornou a colocar o gravador num lugar considerado ideal para o fim desejado. Mas como da primeira vez, quando foi ouvir o que estava gravado, as vozes tornaram a aparecer.

Como estas vozes apareceram num gravador colocado em lugar ideal para captar somente o canto dos pássaros, solitário e distante do vozerio humano? Ninguém teria estado nas imediações, no entanto, inexplicavelmente, o gravador provara que o silêncio tinha sido relativo: as vozes estavam gravadas na fita.

Intrigado com a repetição do fenômeno, Juergenson decidiu ver se conseguiria decifrar o sentido das frases e, se possível, descobrir de onde vinham e quem as pronunciava.

Logo de início, mostrou que as sentenças continham palavras em diversos idiomas. A primeira ideia de que estas vozes poderiam ter partido de uma transmissora caía por terra, pois nenhum locutor falaria daquela maneira. Pelos mesmos motivos não podiam ser as vozes dos vizinhos ou de pessoas que tivessem passado por perto. Sem solução para o enigma, durante três anos, pacientemente, repetiu a experiência. As vozes invariavelmente apareciam nas fitas, sempre falando naquela língua poliglota e peculiar, sempre naquele ritmo estranho. Juergenson estudou criteriosamente o que estava gravado e no fim chegou a uma conclusão surpreendente:
HAVIA GRAVADO AS VOZES DOS MORTOS!

Empolgado com o fato de que as vozes dos mortos poderiam ser ouvidas por meios eletrônicos, sem um intermediário humano, sem médium, Juergenson publicou um livro sobre suas experiências. O livro de Friedrich Juergenson foi sucesso na Europa.

Finalmente caiu nas mãos de um conhecido psicólogo e filosofo católico, Dr. Konstantin Raudive, que, profundamente interessado no que havia lido, procurou o autor para aprender sua técnica de gravar vozes. Com espírito científico, cercou-se de todos os cuidados para não se enganar e, pacientemente, colecionou um fabuloso acervo de 72 mil sentenças. Estas 72 mil frases foram enfeixadas num livro publicado na Alemanha, intitulado Unhorbares Wird Horbar (O Inaudível torna-se Audível).

Se o livro de Juergenson foi um sucesso, o do Dr. Raudive causou furor. Naquela ocasião inaugurou-se a Feira do Livro em Frankfurt e o sócio de uma conhecida editora inglesa, Colin Smythe Lrd., foi visita-la. Ao retirar-se da feira foi abordado por um estanho que colocou um livro em suas mãos. O Sr. Smythe levou o livro para a Inglaterra, mas este ficou na prateleira semiesquecido. Um dia, porém, lembrou-se dele e resolveu dar uma olhadela no livro. Sua primeira impressão não foi das melhores. Disse que teria rejeitado o livro se não tivesse folheado o apêndice, que continha numerosas cartas e comentários de pessoas cuja integridade moral e científica estavam acima de qualquer dúvida!
Apesar destas informações elogiosas, o editor inglês resolveu fazer uma experiência antes de dar sua decisão final sobre a publicação do livro que se intitularia Breakth Rough (expressão idiomática que significa “penetração em áreas desconhecidas”). Comprou algumas fitas e pôs o gravador a funcionar. Ficou surpreso ao ouvir uma voz gravada na fita! Levou o gravador com a fita à sala de seu sócio Sr. Bander e pediu-lhe para que escutasse a gravação. O Sr. Bander, repentinamente, distinguiu uma voz feminina, tênue, mas clara, que dizia em alemão: “Por que você não abre a porta?”. Assim que ele percebeu a voz, reconheceu-a como sendo de sua falecida mãe.
O Sr. Bander repetiu a operação e ouviu a mesma voz, as mesmas palavras. Pediu a dois colegas que não falavam alemão que escrevessem fonema por fonema, o que ouviam. Quando conferiram o resultado ficou provado que o que o Sr. Bander havia ouvido era certo: sua mãe havia falado com ele através do gravador! Este resultado positivo decidiu a sorte do livro do Dr. Raudive: seria traduzido para o inglês.



Extraído de Revista Planeta fevereiro 1974

sábado, 15 de agosto de 2015

Bizarro, Sinistro, Macabro!



Amigo Imaginário


Janaína sempre foi uma criança muito fechada e sozinha. Aos 8 anos, começou a ter um amigo imaginário. Ele era um menino que vivia vestido de preto, mas ela não conseguia ver o rosto dele. Ele falava com a menina, e ela desabafava sobre sua solidão. Era tudo muito real. As conversas aconteciam sempre à noite. No começo, ele mais a ouvia do que falava.
Esse amigo, também participava das brincadeiras que ela queria.
Porém, com o passar do tempo ele começou a falar coisas ruins para a menina. Dizia que ela nunca fora amada pela mãe e que a vontade dela era que a filha morresse.
Essas palavras mexeram muito com Janaína. Embora a menina não tivesse coragem de contar para ninguém de dentro de casa, ela tentou contar para uma coleguinha de escola o que estava acontecendo. A coleguinha, coincidentemente, também tinha tido a mesma experiência e a aconselhou a ficar calma, porque era algo normal, garantindo que quando ela crescesse ele sumiria.
Janaína esperou até os 14 anos, mas ele não sumiu. Pelo contrário, começou a pressioná-la, dizendo que ela deveria ficar com ele. Para isso, ele dizia que ela precisava se matar, mas antes deveria também matar a mãe.
Quando ela se recusava a fazer o que ele pedia, outros “espíritos de crianças” apareciam para humilhá-la, enviados por ele. Era algo assustador.
Um dia, convencida de que ela deveria atender ao pedido de seu amigo, a garota apanhou uma faca e foi até a cama de sua mãe, que estava dormindo. Estava pronta para atacá-la, mas se deu conta da gravidade do ato que estava prestes a cometer, então, saiu correndo de volta para o seu quarto.
Ele não gostou nada dela ter fraquejado. Então começou a dizer que estava na hora dela partir com ele. Foi então que ela usando a faca e tentou cortar os pulsos. Fez força, mas não conseguia chegar ao fim. Desistiu. Ele, na hora, irado, desapareceu.

Depois de tudo isso, ela decidiu buscar ajuda espiritual, pois até na escola ela estava indo mal, porque os espíritos não a deixavam dormir. Procurou uma igreja, onde encontrou apoio e depois de dois anos o suposto “amigo” a deixou livre.



Extraído e adaptado de “Folha Universal” edição de 23/11/14.

sábado, 8 de agosto de 2015

Estranho e Extraordinário



Fantasmas no Centro do Rio de Janeiro

Só de entrar em alguns prédios antigos do Centro do Rio, o visitante se sente em uma viagem ao passado. Dentro desses lugares parados no tempo, não são poucas as histórias de arrepiar.
É o caso do Teatro Municipal. Lá funcionários contam casos de aparições do poeta Olavo Bilac, falecido em 1918, que fizera o discurso de inauguração do Municipal em 1909; e de uma ex-bailarina.
– “Eu ouvi as descrições de funcionários. Levei a foto de Olavo Bilac e mostrei a eles, que confirmaram se tratar mesmo do poeta” – conta o historiador Milton Teixeira.
Almir Lacerda, que foi conhecido como “Seu Almir” era um simpático funcionário do teatro que costumava contar histórias de aparições da “Mulher de Branco”, como era chamado o fantasma de uma ex-bailarina. Seu Almir faleceu em 2008, mas a filha dele Sandra lembra os “causos” do pai:
– “Ele falava muito sobre a “Mulher de Branco”, que era loura, alta e branca como cera”.
Seu Almir dizia que soube de antigos funcionários a identidade da “Mulher de Branco”. Ela seria uma bailarina que morreu atropelada em frente ao teatro no dia de sua formatura, em 1958.

Visitantes do além também são vistos no Museu Histórico Nacional. Pelo menos é o que afirmam alguns funcionários. X., que preferiu não revelar o nome, contou o dia em que viu o Barão de Mauá, empresário morto em 1889.
– “Eu costumava bater-papo, de brincadeira, com a Mariana (Mariana de Jesus Batista), mãe do barão, que está num quadro. Num belo dia, olhei para o lado e vi o Barão de Mauá caminhar na minha direção. Saí correndo” – conta, achando certa graça da lembraça.
Funcionários com mais tempo de casa contam histórias sinistras de um calabouço que existia no museu antes dele passar por reformar. Gritos de “Me tira daqui!” eram ouvidos.
– Ali existia o Forte Santiago, onde eram levados escravos para serem punidos. É possível que os gritos venham daí – explica o historiador Milton Teixeira.



Extraído de edição do jornal “Expresso” de 20 de abril de 2009.

sábado, 1 de agosto de 2015

Estranho e Extraordinário



O medo de uma assombração fez uma família mandar demolir uma casa no interior do Rio Grande do Sul. Os moradores, que não quiseram se identificar, contaram que objetos se moviam sem ninguém mexer neles e pedras caíam no telhado e apareciam dentro da casa. Eles também ouviam com frequência barulhos de socos nas paredes. Na residência, vivia um casal com três filhos: um menino de 8 anos e duas meninas, de 11 e 15.
  – Jogavam pedras na casa, parecia uma chuva – relatou o casal.
Assustada, a família chamou a Brigada Militar, que foi ao local e mesmo sem encontrar explicações científicas, registrou a ocorrência.
– Vimos pedras sendo jogadas ou caindo em cima do telhado da casa, nas paredes. O detalhe é que não quebrava a telha. Nas paredes, não ficava sinal nenhum dessas pedras – contou o Sargento João Aquino.
Vizinhos levaram a família para outros locais, como um colégio. Mas diziam que a assombração sempre voltava.
 – Deu para ver vários fenômenos, como pedras aparecendo sem ninguém jogar e objetos dentro da casa se movendo sem ninguém tocar – relatou o agricultor Valdir Antônio Marquioro, que vive perto da “casa assombrada”.
Além das pedras, a filha mais velha do casal começou a apresentar um comportamento estranho.
– Um dia, o espírito levou-a para cima da casa, jogou-a para baixo e quebrou a telha – disse a mãe.
O médium Nelson Júnior Paz foi chamado e disse ter exorcizado a garota.
– Perguntei por que ele estava perturbando aquela menina, o que acontecia. A todo momento, ele dizia que queria a vida dela ou a propriedade de volta.
A família foi atendida pela assistência social do município, e a Federação Espírita do Rio Grande do Sul acompanhou o caso.



A notícia acima foi publicada no jornal “Expresso” no dia 10 de junho de 2014

sábado, 25 de julho de 2015

Histórias de Vampiros



Kiang Shi

Para os chineses, o ser humano tinha uma alma superior – hun, e outra inferior – p’o. Os restos mortais, quando intactos, podiam ser tomados integralmente pela parte baixa do ser. Numa reação alquímica com o sol ou a lua, o cadáver era animado de volta à vida – compreensivelmente, com as piores intenções possíveis.
O Kiang Shi é o “Vampiro Chinês” – tem unhas longas e curvas, cabelo cumprido – Muitos kiang shi possuíam longas cabeleiras esverdeadas ou esbranquiçadas, fruto da ação de fungos nos caixões.
Ao Kiang Shi se aplica uma regra de vários tipos de vampiros – o poder de se tomar outras formas que não a sua original em vida. Podendo incluir uma forma humana feminina!

Na China do século nove surgiram duas noivas exatamente iguais em uma cerimônia de casamento. Uma delas era um kiang shi. A noiva verdadeira, subindo nas tamancas, convidou a impostora para resolverem o assunto numa sala adjunta ao salão principal. Má ideia. Quando as duas entraram no recinto fechado, os convidados ouviram um grito horrendo. Acorrendo ao local, descobriram, para terror geral, a noiva morta ao seu lado um assustador pássaro negro, que, voraz, bebia o seu sangue e bicava as suas vísceras.



Extraído de “Super Interessante”, Agosto de 2006

Agora a informação divertida: Para deter um kiang shi, basta um monte de arroz: o vampiro se vê obrigado a contar todos os grãos.

sábado, 18 de julho de 2015

Histórias de Vampiros




Morto duas vezes

O abade Calmet – autor de Dissertations sur les Apparitions des Esprits et sur les Vampires, editado em 1749, abundantemente citado – escreveu também uma enorme História Universal e outras obras importantes. Mas a sua fama se deve mais às crônicas sobre vampiros, através de episódios isolados. Incluía aí divagações médicas, religiosas e filosóficas. Por exemplo, a história do pastor de Blow, na Boêmia (antiga Checoslováquia). Depois de morto, reapareceu e mordeu oito pessoas, que morreram em seguida. Os habitantes da aldeia o desenterraram e o atravessaram com uma lança pontiaguda, mas o vampiro ria e escarnecia dos cidadãos. Resolveram queimá-lo na fogueira, e levaram-no até o local numa carreta. Durante o percurso, o cadáver urrou e se debateu. Novamente traspassado, esvaiu-se numa poça de sangue, antes que o fogo o queimasse totalmente.

Calmet dizia ter sido pessoalmente testemunha de algumas manifestações vampíricas, e de outras havia recolhido testemunhos que ele considerava válidos.



Extraído da edição de setembro de 1973 da revista Planeta.