terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A Última Noite - cap 1




Capítulo Um
 'Autoestrada para o Inferno'


– Ei, Bud, faz tempo que não vejo um posto de gasolina – disse Joey, que estava no banco do carona.
– Pra dizer a verdade, faz tempo que não vejo nada nessa estrada, além do nosso carro – complementou Amber, lá do banco de trás.
– É mesmo, cara, desde a última saída, lá atrás, só tem a gente na estrada – disse Joey.
– Tá legal, só nós estamos indo para as praias! E no próximo posto eu completo o tanque – respondeu Bud, que estava ao volante.
– Será que a gente não tá no caminho errado? – questionou Amber.
– Não! Essa é a porra da interestadual! – Bud respondeu ríspido.
Ellen, que também estava no banco de trás, parou de se olhar no espelho e observou a estrada, em seguida perguntou – Falta muito ainda?
– Só mais alguns quilômetros e vamos estar no próximo estado! – respondeu Bud.
– Sei lá, eu não gosto muito desse trecho da estrada! Só essa estrada reta atravessando o deserto – disse Amber.
– É só um deserto, só isso! – Bud respondeu sem paciência.
– É, e logo estaremos nas praias, com o mar e areias cheias de gatas de biquíni! – disse Aaron, que estava no banco de trás, com as meninas.

– Ei, ali adiante tem um posto – disse Joey.
– Beleza, vamos parar nele para abastecer – disse Bud.

Entraram com o carro no velho posto, parando próximo às bombas de gasolina.

– Cadê o frentista? – perguntou Joey.
– O cara deve tá dormindo lá dentro – respondeu Bud, descendo do carro.
Joey, Amber e Aaron também desceram. Ellen aproveitou o carro parado para acertar as sobrancelhas com seu espelhinho.
Bud se aproximou dos vidros da cabine do posto procurando ver alguém lá dentro.
– Pede um refrigerante diet pra mim? – Ellen pediu de dentro do carro.
Joey olhou ao redor e comentou – Esse lugar parece abandonado!
Depois de algum tempo um velho surgiu repentinamente, vindo de trás da cabine, assustando o grupo. Amber chegou a dar um pequeno pulo para trás com o susto, levando a mão ao peito esquerdo.
O velho tinha uns poucos cabelos brancos, que saiam por debaixo de um boné vermelho torto em sua cabeça, era bastante idoso, sendo muito enrugado e tinha o olho esquerdo caído. Ele vestia camisa xadrez e calças jeans surradas.
– Opa! O senhor que atende aqui? – Joey perguntou.
Ellen espichou o pescoço de dentro do carro e torceu a boca ao ver o velho. A essa altura já havia se esquecido do refrigerante.
O velho fitou o grupo, parecia contar quantas pessoas havia. E se deteve por mais tempo olhando para Aaron, que se sentiu bastante incomodado com isso, estranhando a atitude do velho.
– O que vocês querem? – enfim perguntou o velho.
– Completar o tanque, pode ser? Tem gasolina nessas bombas, não é? – disse Bud.
Lentamente o velho apanhou a pistola de gasolina, enquanto Bud abria o capô do carro, apertando a boca em um gesto de impaciência, enquanto olhava para Joey, que deu de ombros.
– Para onde estão indo? – perguntou o velho.
– Para o próximo estado – respondeu Joey. E Bud balançou a cabeça por achar que não devia explicações a um velho em um posto de estrada.
– Vocês deveriam retornar e pegar outra estrada interestadual – disse o velho.
– Err... Nós estranhamos mesmo não ter outros carros na estrada. Achamos que teriam mais carros indo para lá... – Amber começou a dizer timidamente, quando foi interrompida pelo velho: – Esta estrada não é popular nessa época do ano! Como eu disse o melhor que vocês fazem é retornar e seguir por outra estrada! Este é o último posto antes da cidade de Little Town.
– Little Town? – perguntou Joey.
– É um lugar que vocês não vão gostar de visitar, especialmente, nesse mês – continuou o velho.
Bud balançou a cabeça perdendo a paciência – Aí, velho, faz o seu serviço e nos poupe de “conselhos”, valeu?
O velho terminou de abastecer, e Bud tirou da carteira o valor mostrado na bomba, entregando ao velho.
Todos entraram no carro.
– Seria melhor se vocês me dessem ouvidos! – o velho disse em tom de um último alerta.

Bud deu a partida, arrancando rápido com o carro, fazendo a poeira levantar. O velho frentista permaneceu olhando o carro se afastar.

Bud comentou indignado com os demais: – Dá pra acreditar nesses caipiras daqui? Voltar? Ele acha que eu vou gastar um dia a mais de viagem ou o que? E por quê?
– Ele me deu medo! – comentou Amber.
– E aquele olho caído? – comentou Ellen, torcendo a boca manifestando nojo pela aparência do velho.
– E qual é a daquele papo de “último posto antes de Little Town”? – questionou Joey.
– Deve ser algum lugarejo que essa gente daqui tenha alguma superstição idiota! – disse Bud.
– Ele me olhou de um jeito muito esquisito – disse Aaron.
– Ele olhou esquisito pra todo mundo, ele era esquisito! – disse Amber.
– Deve ser um pervertido – disse Ellen.
– Chega de falar desse velho esquisito! – disse Bud, ligando o rádio do carro. E depois de tentar sintonizar alguma estação continuou – Coloca algum CD aí, Joey!
Joey abriu o porta-luvas, pegou o primeiro CD da pilha e colocou para tocar.
Era um CD do AC/DC. Começou a tocar a música “Highway to Hell”.



Hoje meu blog completa cinco anos! 
Começou como um diário virtual/ blog pessoal e coisa de dois anos pra cá comecei a postar as histórias de terror, que se tornaram o tema predominante por aqui... 
Em 2013 escrevi “Noite Maldita” – minha ideia era criar uma história de terror trash muito clichê! E um terror clichê não seria clichê sem as intermináveis continuações – sempre com as “desculpas mais esfarrapadas” para uma sequência! 
Acho que o aniversário do blog é uma boa ocasião para eu começar a postar a última Noite Maldita! Pretendo não escrever mais nenhuma continuação – até porque com uma maldição que acontece a cada treze anos, eu iria parar em um futuro longínquo, aí teria que adicionar suposições sobre o futuro, coisas como naves espaciais... (até que não é má ideia!).

Não é preciso ter lido Noite Maldita 1, 2, 3 e 4 para entender “A Última Noite”. Mas quem quiser dar uma conferida, aqui os links dos primeiros capítulos de cada uma delas (partindo do primeiro capítulo, é só seguir ‘postagem mais recente’) – Confesso que Noite Maldita 1 continua sendo minha favorita!
Espero que você goste de acompanhar “Noite Maldita 5 – A última noite”!

...beijinhos***



4 comentários:

  1. Boa tarde Aline.. filmes e mais filmes já foram desenrolados com um cenário que tu descreveste.. onde tem muita calmaria tem também muito mistério.. quando uma cidade se torna meio que fantasma é pq boa coisa não houve ali.. falando em cidade fantasma lembro que quando fui a chapada diamantina tinha um carioca que era doido pra comprar um diamante e ele então encheu tanto o saco dos guias que o levaram lá para a tal cidade.. uma velharia só.. casas aos pedaços e sombrio.. ele se apertou srsr comprou o diamante e vazaram.. gostei quando terminou aqui ouvindo nada mais que acdc srrs nada melhor para uma estrada assim. bjs

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  2. Que medão,amiga!uauauauauua
    Numa estrada deserta em direção a uma praia, que nunca chega, e ainda por cima um frentista estranho, não ficaria nem por nada nessa estrada!
    Bjus,bom final de semana,amiga!
    Parabéns pelo aniversário do blog!
    gosto muito de tudo o que você escreve!
    http://www.elianedelacerda.com

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  3. Aniversário de 5 anos nada mais apropriado para começar a Noite Maldita 5 rsss.
    Vamos ver quanto sangue vai rolar.
    Parabéns.
    Bjs

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  4. Oi Aline, acompanho o blog há três anos e li todas as histórias anteriores, sou fã de terror também e claro Stephen King é meu favorito!
    Fico entusiasmada com cada história nova, e esse primeiro capítulo já me deixou bem curiosa, ainda mais sendo a trilha sonora com AC/DC uma das minhas bandas favoritas!

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