O Vampiro de Susak
Há cerca de 70 anos, em Susak, uma ilha de areia do Adriático, contava-se um caso curioso. Os habitantes, pelos escassos contatos com o continente, conservaram, através dos séculos, os hábitos, costumes, tradições.
O filho de uma mulher da ilha foi morto nos últimos dias da guerra. Agonizou por uma noite inteira, sem que ninguém fosse socorrê-lo. Morreu ao amanhecer, pouco depois de o encontrarem, e as últimas palavras foram uma desesperada invocação: “Quero viver, viver”.
Enterram-no na colina arenosa de Susak. Mas ele voltou, porque sua vontade de existir era mais forte do que a própria morte. Voltou para buscar o sangue que havia perdido, como fazem frequentemente os vampiros, cujo instinto é um misto de agressão e amor. E voltou-se para quem amava mais: a mãe. No momento de sua reaparição, a mulher toma consciência do que devia fazer. Ora, o vampiro, segundo a tradição, é sempre um ser infeliz, prisioneiro de seu instinto de vida. Um morto que agoniza, procurando inutilmente ressuscitar.
Em casos semelhantes, devem-se afastar os sentimentos, para o próprio bem do “doente”. Deve-se fazê-lo voltar à paz. A força que move aquele pobre corpo atormentado não é uma alma, mas uma mecânica de terror. E a mulher não teve dúvida. Confiou a um irmão, dois cunhados e outro filho a destruição daquela coisa que a chamava de mamãe.
Extraído da edição de setembro de 1973 da revista Planeta.
Nossa,amiga!!!!!
ResponderExcluirQue sinistro esse conto!!!!!
Bjus e aguardo continuação!
Http://www.elianedelacerda.com
Avise-me qdo postar!
Boa tarde Aline.. todos deveriamos ter esta sede de viver..
ResponderExcluirmuitos jogam a vida fora, suicidam-se..
quando no fundo o que a vida quer é apenas se manter existindo..
o sangue sempre teve poder.. o sangue virginal nem se fala por ser envolto em pureza..
bjs e feliz sempre