Capítulo 3
Uma semana depois, Mendez estava em frente à universidade, indo apanhar seu carro, após as aulas, quando viu um opala diplomata preto passar lentamente pela rua, e reconheceu ser o mesmo opala que encontrara na estrada. Sentiu todo o seu corpo gelar.
“Não é possível! É outro carro!” – ele pensou. No entanto, percorrendo seu novo e bem mais longo caminho para casa, admitiu para si – “A quem quero enganar? Sei que era ele! Era o opala!”.
Charles relatou a nova visão do opala à sua esposa.
“Charles, você não está bem! Toda aquela história está mexendo com você! Você precisa de uns dias!”
“Talvez eu possa pedir uns dias...”.
“Charles, querido, você tem mesmo certeza de ter visto esse tal opala?”
“Eu tenho, Monica! Disso, tenho plena certeza!”
“Charles, aquela história não faz sentido! Você não sonhou aquilo? Pode ter sido, querido! Por favor! Você não cochilou ao volante e pensou ter visto isto?”
“Não, Monica, eu vi o opala, e vi os corpos decapitados!”
O professor tirou uma licença, mas não podia, por ordem policial, deixar a cidade, o que talvez fosse bom para tentar arejar as ideias.
Certo dia, Charles saía de um banco quando foi interpelado por uma cigana na rua.
“Posso ler a sua mão, senhor?”
“Não” – ele respondeu ríspido.
“Posso descobrir algo importante se me deixar ler a sua mão, não vou cobrar nada, apenas recebo se o senhor acreditar que deva me gratificar com alguma quantia – depois que eu ler a sua mão”.
O professor estava receoso, mas cedeu à insistência da cigana. Imaginou que talvez não estivesse tentando distraí-lo enquanto lhe batia a carteira. E quem sabe, apesar essa ideia lhe parecer absurda, seria a dita cigana capaz de saber algo sobre o opala?
Mas assim que ela segurou a mão de Charles e olhou para as linhas de sua palma, a expressão da mulher se tornou muito assustada. Ela soltou imediatamente a mão dele e começou a se afastar, depois de alguns passos ainda olhando com olhos arregalados na direção do professor ela se virou e começou a andar rápido.
Mendez andou depressa para alcançá-la e a segurou pelo braço.
“O que? O que você viu?” – ele perguntou nervoso.
“Não vi nada”.
“Como nada? Por que saiu assim?” – o professor pensou ter tido a carteira batida, mas já estava agora, pensando se ela teria visto algo sobre a cena do opala na estrada e isso que a assustara.
“Quer mesmo saber? Quer saber o que vi? Eu vi a morte, a morte correndo como um carro veloz, próxima demais!”
As palavras da cigana o assustaram, ele soltou o braço dela e a deixou. Ficou parado vendo a mulher se afastar.
“Correndo como um carro veloz” – essa frase se repetia na mente dele. “Será que ela o disse por ter visto algo relacionado ao opala?”.
Depois ele começou a andar muito depressa, voltando ao estacionamento onde deixara seu carro. Próximo ao estacionamento, mais uma vez acreditou ter visto o opala preto passar na rua.
Apontou e questionou, feito louco, a outros na calçada “Você viu? Viu o opala que passou aqui agora?” – perguntava gritando às pessoas que se assustavam com sua atitude e se afastavam.
Charles procurou se acalmar e voltou para casa pensando “Como ninguém o vê? Por que só eu o vejo? Tenho certeza de que se eu voltar àquela estrada ele vai estar lá! Vai se aproximar vagarosamente de novo e cheio de corpos decapitados!”.
“Charles, você precisa de um psicólogo, um psiquiatra! Não existe opala assassino! O carro que você viu hoje foi um opala qualquer na rua!” – disse sua esposa quando o marido chegou e relatou ter novamente visto o opala.
“Você, pelo menos você, deveria acreditar em mim, Monica!”.
Algo passava pela cabeça do professor. Era louco demais, mas, tudo era louco demais, era uma possibilidade, ainda que, aparentemente, tão fora da realidade!
– “O Assassino do Opala está morto! Mas eu vi o opala! E no local onde ele foi encontrado há mais de vinte anos! Mais de vinte anos! Só eu! Só eu o vi! Sei que vi...”.
Charles pesquisou na Internet endereços de lojas de livros sobre fantasmas, assombrações e coisas do gênero. Começava a fazer sentido em sua cabeça que o que vira havia sido o fantasma do Assassino do Opala!
Continua...
"Oh não, um opala! D="
ResponderExcluirxD
De novo o terrível opala!
ResponderExcluirTo tentando imaginar o pq, só ele vê esse maldito carro.
Charles é amaldiçoado ou oq?
Intrigada :x
Querendo saber o resto
Dom paranormal ou ele é o psicótico do Opala, rss
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