Capítulo 2
O assassinato do velho ficaria no passado e seria esquecido! Ele provocou! Ele matou o gato! A culpa foi dele! Não se repetiria.
A velha procurava esquecer. Mas frequentemente se lembrava de como matou o velho.
Criou o costume de ficar na janela espiando a vizinhança.
Cada vez mais seu ódio pelas pessoas aumentava.
Ela, da janela, via os vizinhos passarem. Quando algum vizinho que já se queixara sobre os gatos passava pela calçada, a velha remoía lembranças das reclamações e piadas.
Sentia muita raiva. Passou a se distrair imaginando como seria matar o vizinho reclamão que estava passando, assim como fez com o velho, e dar o cadáver aos gatos como refeição! Imaginar amenizava um pouco a raiva. Não faria de novo! Não era assassina! Mas gostava de imaginar! O que tem demais imaginar? Bem que mereceriam!
Mas aconteceu que, mais uma vez, a casa dela foi denunciada à prefeitura.
Quem fez isso? Por que me perseguem tanto?
Porque são ruins! Gente ruim!
A velha passou a olhar todo vizinho que passava se perguntando qual deles teria feito a nova denúncia.
Foi a viúva! Com certeza foi aquela vaca! Eu vejo a cara dela quando passa aqui em frente e seu riso cínico! Ela acha que não a vi olhando pra cá quando recebi a notificação? Ela sorria, sabia o que era! Aquela desavergonhada! O que quer? Que eles sejam levados? Que sejam levados para virarem sabão? Quem é ela para perseguir meus bichos? Vadia! Todo mundo sabe o quanto ela é vadia! Todos sabem! Maltratava o pobre coitado do falecido marido nos últimos anos de vida dele! Batia no moribundo! O pobre diabo doente e dependente, no fim da vida, e ela acabou de matá-lo! Morreu de maus tratos! Ou de desgosto! A vadia chegou a trepar com outro dentro de casa, com o marido adoentado ouvindo tudo do quarto! E ela se incomoda com animais inocentes, que não teem a sem-vergonhice que ela tem! Ela é uma pecadora, isso que é! E uma assassina! Pobre marido! E ainda anda com o nariz em pé!
A velha passou a observar a rotina da viúva. Reparou que os moradores dos outros apartamentos do prédio da viúva saíam de casa antes dela. Ela rotineiramente saía cerca de uma hora e meia depois, para ir à padaria. Assim como o velho, a viúva estaria sozinha no prédio. E se chegasse a gritar... Bem, ninguém viria de outro prédio ver o que é!
Aquela mulher era uma ameaça aos gatos, não iria sossegar enquanto seus gatos não fossem levados pela carrocinha! E ela não merecia viver! Os gatos é que não mereciam virar sabão!
A velha estava decidida a matar a viúva! Sim! E dar o cadáver como refeição aos gatos, como fizera com o velho. Estava decidido. Mas como a mataria? Sabia o momento oportuno. Depois que os outros moradores do prédio tivessem saído se esconderia no hall de entrada, afinal a portaria ficava aberta, esperaria atrás da escada e daria à depravada oque ela merecia!
Pensando em como matar a viúva, a velha dos gatos viu linhas de pipa em seu quintal.
Quando caía uma pipa ou uma bola no quintal da velha as crianças não ousavam pedir. Era melhor deixar pra lá. Até mesmo uma pipa ou uma bola! Era a casa da bruxa!
A velha sempre furava as bolas que caiam no quintal e jogava, xingando, no meio da rua. As crianças não tinham coragem de tentar apanhar as pipas ou bolas que caíssem naquela casa! Sabe-se lá o que a bruxa faria com elas se as apanhassem no quintal – e claro que era uma bruxa, pois as bruxas gostam de ter muitos gatos. Quando a viam na rua, as crianças saíam correndo e gritando “A bruxa dos gatos! A bruxa dos gatos!”.
Aquelas linhas! Elas cortam! Linha com cerol!
A velha seguiu seu plano. Esperou a saída dos vizinhos da viúva, e se escondeu na portaria. Quando a viúva desceu a escada, a velha a atacou, laçando-lhe o pescoço por trás. E puxou até cortar a garganta da mulher! Como imaginara, a viúva chegou a gritar, mas ninguém veio ver! A velha olhou por alguns segundos a cena da viúva caída no chão e o sangue que se espalhou. Sentiu satisfação! Fizera justiça! Ela pagou pelo que fez ao marido e pela perseguição aos gatos! Ela pediu! Fez queixa à prefeitura!
A velha levou produtos de limpeza, uma faca e um saco de lixo dentro da bolsa. Novamente ela limpou a cena do crime, esquartejou o corpo e levou para casa dentro de um saco preto de lixo.
Comam! Comam gatinhos! Trouxe carne fresca!
Continua...
Peixe? Q nada! A comida preferida desses gatos é carne humana. hahahaha
ResponderExcluirEsperando a próxima!
Beijos
que louco, outra vitima, como adoro o jeito que essa velha pensa! é um tanto psicopata inocente hahaha pq ela faz pra defender seus amores, bixanos!! esta ficando muito bom! esperando o proximo capitulo!!
ResponderExcluir483 kusses..~^~
Além de bruxa é fofoqueira;
ResponderExcluirSó quero ver onde isto vai terminar.