sexta-feira, 7 de junho de 2013

Noite Maldita - cap 2




No post anterior: Max, Pedro, Alan, Henry, Shayla e Cynthia resolveram visitar uma região de praias. A viagem até a cidadezinha foi tranquila, a não ser por um pesadelo de Henry, que sonhou estar caindo de uma pedra muito alta, e a estranha visão que Shayla teve de ser fitada por um homem negro, trajando roupas com aspectos de pano de chão, que desaparecera logo após. Depois de descobrirem uma pequena praia e serem avisados por um senhor de que esta fazia parte de uma fazenda e serem advertidos por ele a não perderem o último trem. Os jovens acabaram perdendo a hora se vendo obrigados a passarem a noite na fazenda. (primeiro capítulo).


segundo capítulo

“Droga! Perdemos a porcaria do trem! E agora como vamos voltar?” – disse Cynthia.
“Pelo jeito vamos ter que passar a noite por aqui!” – comentou Henry.
“Ah que legal! E onde vamos dormir?” – a amiga retrucou.
“Qual é! Vai ser até legal! A gente pode dormir lá na praia!” – disse Alan.
“Ah tá! Sabia que à noite na praia é um frio de rachar?” – perguntou Shayla.
“Peraí! Lembram que passamos por uma cabana? Parecia vazia, talvez só usem pra guardar algo, podemos dormir lá!” – disse Pedro.
“Vamos invadir a cabala do ‘sotro’?” perguntou Shayla.
Pedro respondeu: “Só para passar a noite! Isso é, se não tiver alguém lá!”
“Não tem ninguém lá, tá na cara! Todo mundo que trabalha nessa fazenda já foi embora”.
“E aquilo que aquele homem falou?” – Cynthia lembrou – “Deve ser perigoso ficar aqui!”.
“Perigoso por quê?” – questionou Alan.
“É desertão, né?” – disse Cynthia.
“Se só vamos estar nós aqui, que problemas poderíamos ter?” – retrucou Alan.
“A gente pode voltar pra praia e depois vamos para a cabana!” – sugeriu Henry.
“Ah não! Já tá querendo escurecer, se vamos para essa cabana, vamos logo!” – disse Cynthia.

Eles voltaram pela trilha para a cabana, passando novamente pela espécie de casa, ou alojamento em ruínas.

“Por que será que deixaram essa casinha aí em ruínas?” – Cynthia ficou curiosa.
“E esse tronco?” – acrescentou Shayla.
“Essa fazenda deve ser da época da escravidão, isso aí deve ter sido uma senzala, que não se preocuparam em preservar, eu imagino” – respondeu Pedro.
“É, amarravam os escravos nesse tronco aí pra dar surra.” – comentou Alan.

Chegando à cabana, Pedro testou a porta, que estava aberta. O grupo entrou.

“Ah qual é! Eles nem trancam isso!” – comentou Alan.
“Não deve vir ninguém aqui, só funcionário da fazenda” – disse Cynthia.
“Mas a gente vai dar um jeito de trancar!” – disse Shayla.
“Tudo bem, aqui tem essas travas que é só colocar uma tábua, deve ter uma aqui dentro” – respondeu Pedro, que encontrou uma tábua e trancou a porta por dentro.
“Ela tá com medinho” – debochou Alan.
“Deixa ela!” Pedro repreendeu o deboche.

Os amigos se instalaram como podiam pela cabana...

“Que lugar horrível pra dormir! Não tem cama, nem cobertor...” reclamava Cynthia.
“Você queria o que? É um armazém de ferramentas! Não um hotel. Se ajeita aí como der, é o jeito!” – disse Max.
“Melhor que morrer de frio na areia da praia” – disse Henry.
“A gente vai dormir mesmo? Ninguém tem um baralho? A gente podia jogar valendo tirar peça de roupas!” – disse Alan.
“Vai te catar, Alan! Além do mais acordamos muito cedo. Estou cansada do dia nas praias. Vamos dormir logo e acordar cedo antes que chegue o pessoal da fazenda” – respondeu Cynthia.

O grupo se acomodou da melhor maneira que pôde para pernoitarem.
Mas não conseguiram pegar no sono. Todos tiveram impressão de ouvirem ruídos estranhos. “Barulho de correntes, choros e gemidos distantes” como definiram. Todos estavam bastante incomodados e acabaram se levantando e conversando sobre os sons. Cynthia opinou que deviam estar impressionados. Max foi da opinião de tentarem dormir. Os estranhos sons continuavam.

“É o vento! Barulho lá da praia, bicho no mato! Sei lá!” – disse Henry.
“Não é! É muito estranho! Parece coisa de assombração!” – disse Cynthia.
“Agora vai ficar com medo de fantasma?” – respondeu o amigo.
“Eu que fico gritando no trem com pesadelo?” – ela retrucou.

A discussão foi interrompida por Shayla que disse ter visto um homem olhar pelo lado de fora da janela.

“Deve ser sombra, caramba!” – disse Henry.
“Não! Vi nitidamente!” – respondeu Shayla.
“Será algum funcionário da fazenda? Deve ter algum vigia! Né, gente?” – disse Cynthia.
“Se fosse vigia teria batido à porta!” – disse Alan.
“E se for alguém perigoso?” – perguntou Shayla.
“Tá! O que o cara perigoso tá fazendo aqui?” – questionou Alan.
“Sei lá, pode ter escapado de alguma cadeia e tá procurando um lugar pra se esconder!” – respondeu a amiga.
Pedro disse: “Quando eu era criança várias vezes imaginei haver monstros no quarto e passava a noite com medo. Até que um dia eu tive coragem de acender a luz e vi que não havia nada, senão roupas amontoadas que no escuro pareciam monstros. Vamos fazer assim eu e Henry damos uma olhada lá fora e vemos se tem alguém lá. Vem comigo, Henry?”.

Henry resmungou uns palavrões, mas concordou em rondar o lado de fora.
Pedro e Henry começaram a olhar em torno da cabana.

“Ah, qual é, Pedro? A Shayla é impressionada, ela vê coisas! Ela me contou que achou que viu um homem estranho dentro do trem, agora tá vendo coisa onde não tem de novo! Vamos voltar logo lá pra dentro, dizer que não tinha ninguém por aqui, porque não tem mesmo, e dormir!” – disse Henry.

Pedro quis olhar mais, e Henry voltou. Mas quando Pedro, depois de rondar por mais tempo, voltou à cabana, Henry não estava lá.

“Ele voltou antes dizendo que vinha dormir” – disse Pedro.
“Deve ter voltado pra praia!” – disse Alan em tom de brincadeira.

Esperaram mais tempo e nada de Henry voltar. Já começavam a imaginar motivos para o sumiço. Até que Shayla temerosa disse:

“E se tinha mesmo alguém perigoso lá fora e pegou o Henry?”.
“Acho que temos que ficar todos juntos aqui dentro, com todos juntos estaremos mais seguros” – opinou Cynthia.
“Mas e o Henry?” – perguntou Pedro, sem obter resposta dos demais.
“Que diacho! Se o Henry tá lá fora e em perigo não podemos deixar o cara na mão!” – esbravejou Pedro.
“O que você sugere? Que todo mundo vá lá fora junto?” – perguntou Max.
“Um de vocês fica aqui com as garotas e o outro vem comigo, vamos achar o Henry” – Pedro respondeu.
“Tá bom! Vamos levar uns desses facões e dessas lanternas e vamos achar o cara! Mas se o cara tiver lá fora de sacanagem eu mesmo vou esfaqueá-lo” – disse Alan se dispondo a procurar o amigo.
“Max, consegue manter guarda? Acho mais seguro”. – perguntou Pedro.
“Tá bom! Já perdi o sono mesmo com isso! Garanto que não vamos sair daqui sem amanhecer”. – respondeu irritado.

Pedro e Alan deixaram a cabana para procurar Henry. Passou-se muito tempo sem que regressassem. Max acabou ferrando no sono. Cynthia também pegou no sono, mas despertou várias vezes. Shayla aflita não conseguia dormir, vez ou outra ouvia os estranhos ruídos. Ficou imaginando haver uma conexão entre o homem negro que vira no trem, as ruínas que julgaram ser de uma senzala e os sons de correntes e gemidos. Começava a acreditar que a fazenda era assombrada por almas de antigos escravos.

Até que Pedro retornou. Mas estava sozinho, visivelmente conturbado, rosto pálido, olhos esbugalhados. Ficou parado à porta sem dizer nada.

“O que houve, Pedro?” – perguntou Shayla

Pedro permaneceu em silêncio.

“Pedro! O que houve?” – insistiu Cynthia.

Pedro, trêmulo, parecia querer dizer algo, mas prosseguiu sem responder.

“Pedro! Onde estão Alan e Henry?” – perguntou Shayla.

Afinal Pedro rompeu o silêncio:

“Estão mortos”.



Continua...

4 comentários:

  1. Putz... no melhor da estória a palavra que eu mais odeio se tratando de filmes, novelas, textos...
    a maldita "Continua" kkkkk

    Eu fiquei preso do inicio ao fim.
    Estória impressionante.

    Bjs

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    1. Muito feliz pelo seu comentário, Claudio!
      Tomara que a continuação continue te prendendo ao texto!

      ...beijinhos***

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  2. Que curiosidade, continua logo adoro essas histórias, bjs

    http://dicascoisasdemulher.blogspot.com/2013/06/sorteio-em-parceria-com-smart-life.html

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    1. Muito obrigada pelo coment, Rose!
      Acho que sou a mais ansiosa para chegar à conclusão da história! ^^

      ...beijinhos***

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