domingo, 27 de outubro de 2013

O Lobo e O Coyote - cap 1


Meu pai adora filmes de Faroeste, ou Western, como preferir, os favoritos dele são os italianos e desde que eu era pequena ele assiste repetidamente aos mesmos títulos: “Django”, “Dolar Furado”, “Três Homens em Conflito”... Este último sempre gostei da trilha sonora (é, papai além do filme tinha o CD de trilha sonora). Eu acho esses filmes muito divertidos: os pistoleiros com habilidades absurdas, as brigas nos saloons, o mocinho que responde com uma ‘bela tirada’, os bandidos, a implicância instantânea com alguém por ser “forasteiro”, um cara (Django) que arrasta um caixão pra todo lado e de repente descobrimos que ele usa o caixão para guardar uma metralhadora...
Além dos filmes sérios, com Franco Nero, Clint Eastwood ou John Wayne, entre outros (atores favoritos do pai) há também os Faroestes Comédia, como “Trinity”, com Terence Hill e Bud Spencer – se os sérios já são engraçados, os com essa dupla o são ainda mais!
Esses dias me lembrando desses filmes senti vontade de escrever uma história de faroeste para o blog. Mas dado meu gosto por histórias de Terror e estarmos no mês do Halloween é bem capaz que algo sobrenatural aconteça no Velho Oeste!
Espero que você goste de “O Lobo e O Coyote”!

...beijinhos***


O Lobo e O Coyote.

Por essas bandas daqui, nesse pedaço esquecido do Oeste, conta-se a lenda do Lobo e o Coyote. Essa é a história que vou contar a partir de agora!

Um dia Billy Coyote chegou à nossa cidade. 
Ele entrou no saloon e pediu uma boa refeição de feijão e o melhor uísque que houvesse lá!

***
Billy entrou calmamente pela porta de folha dupla e atravessou o saloon, atraindo alguns olhares dos frequentadores. As moças do saloon julgaram o forasteiro de olhos azuis, um tipo elegante e especialmente belo!

Billy chegou ao balcão. O barman, que, usando um pano, limpava o interior de um copo, olhou para o forasteiro.

“Um bom prato de feijão e dose dupla do seu melhor uísque” – pediu Billy.

O barman pôs de lado o copo e apoiando-se com ambas a mãos sobre o balcão indagou:

“Tem dinheiro para pagar, forasteiro?”.

Billy ergueu o chapéu preto, usando o indicador da mão direita e, com um ensaio de sorriso, exibiu um gordo maço de notas, retirando-o do bolso com a mão esquerda e tornando a guarda-lo.
O barman voltou a olhar para o rosto do forasteiro, então se virou, e apanhou uma garrafa de uísque.

“Essa não, barman, eu disse seu melhor uísque”.

***

Depois de se fartar com a refeição e com o bom uísque Billy Coyote causou uma bela briga no lugar.

***
Enquanto bebia a terceira dose Billy olhava para uma mesa onde alguns homens jogavam cartas. Um dos jogadores fitava Billy, quando este, com expressões faciais sutis, o fez entender que um dos seus adversários nas cartas trapaceava.

O homem se levantou furioso e esmurrou o adversário indicado por Billy, acusando furiosamente: “Trapaceiro sujo de uma figa!”.

A partir daí o interior do saloon se tornou um barulhento inferno de homens se esmurrando confusa e furiosamente, cadeiras e mesas sendo atiradas de um lado para o outro, quebradas sobre os corpos dos contendores. O tilintar de vidros quebrados era constante. Ninguém se preocupava com como tudo começara – não tinha nenhuma importância, estavam todos muito embriagados e enfurecidos para se preocuparem com outra coisa além de se esmurrarem. Um vaqueiro foi arremessado através da vitrine do saloon... O barman gritava pedindo para pararem a briga e se acalmarem, dois contendores o agarraram e ato contínuo, o atiraram sobre o balcão, o barman deslizou por toda a sua extensão, derrubando copos e garrafas, até se esparramar desengonçadamente sobre os corpos de outros homens.
Outro homem pendurou-se no enorme lustre, que dominava o saloon e balançou-se repetidamente até que este se desprendeu do teto e o homem se espatifou no chão.

***

E Billy provocara aquela algazarra só para economizar o pagamento da refeição e do uísque! Rs
E ao sair do lugar Billy Coyote encontrou com o velho Xerife McCamon.

***

Billy começou a traçar, através da confusão, o caminho da saída. Ora se abaixava para desviar de uma cadeira, garrafa ou soco, ora esmurrava a cara de algum contendor que se colocava diante dele... Ao sair pela porta do saloon Billy viu-se de frente com um vaqueiro, que havia sido arremessado para fora e tentava voltar. Billy o esmurrou fazendo-o cair desmaiado num bebedouro para cavalos.

Billy sorriu, olhou para o saloon, achando graça da confusão e feliz pela refeição e o uísque terem ficado de graça. Quando olhou novamente para frente se deparou com o xerife diante dele, sobre o cavalo e com a carabina de cano duplo pendente num dos braços, o rosto dominado por uma carranca mal-humorada e hostil. O xerife era um sujeito ossudo e avermelhado, cabelos e bigode castanho-claro penteados com esmero e sobrancelhas grossas.

“Esta cidade costuma ser pacata! De repente encontro uma confusão e um forasteiro! Não gostamos de confusões aqui! Você deve ter culpa nisto!” – disse o xerife.

“O que é isso, Xerife! Eu estava tentando ter uma refeição nesse saloon e sua gente pacata começa uma algazarra!” – respondeu Billy.

“Quanto tempo pensa em ficar na cidade, forasteiro?” – disse o xerife, sem abaixar a carabina.

“Uma cidade muito hospitaleira além de pacata! Estou só de passagem!” – respondeu Billy irônico.

O xerife fitou-o desconfiado, não acreditara que o forasteiro nada tivera a ver com o início da confusão no saloon.

“Espero não encontra-lo novamente criando confusão!” – disse o xerife e se retirou.

***

Depois disso que Billy Coyote viu pela primeira vez a bela Sally! O Coyote não perdeu tempo em puxar assunto com a moça! Não o culpo, conta-se que se tratava de uma jovem muito bonita, de cabelos loiros penteados num sóbrio e elegante bandô, pele rósea, olhos verdes e lábios finos.

***

Sally caminhava pela rua com passos curtos e delicados.

Billy se aproximou dela

“Bom dia, bela flor do oeste!”

Sally apertou os passos e olhou fixamente para frente, passando por Billy, que a agarrou pelo braço.

“Ei, pequena! Não me escutou falar com você?”

Sally virou-se de frente para Billy, e ele a segurou pela cintura.

“Não falo com estranhos!” – ela disse em tom zangado.

“Posso me apresentar! Meu nome é William”. – disse o Coyote.

Sally se sentiu mexida com o modo firme que Billy a segurava e não conseguiu evitar correr os olhos pelo forasteiro.
Ela empurrou as mãos dele e disse:

“Pois o senhor, senhor William, me parece um pistoleiro, um fora-da-lei, um tipo repugnante com o qual não quero contato! É favor não me interpelar mais! Passar bem!”

Billy sorria vendo a moça se afastar enquanto pensava: “Essa pequena gostou de mim”.

***

Continua...

4 comentários:

  1. As mulheres não resistem a uma boa pegada kkkk
    Já to prevendo que este Coyote vai sofrer bullying fantasmagórico.

    Olha.. eu também sou fã de filmes de faroeste. O Trinity eu não perdia um.
    E acho que teu pai ainda colocaria na lista Giuliano Gemma, Lee Van Cleef, Charles Bronson e Lee Marvin
    Ele conhece com certeza.

    Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Claudio!

      Verdade, eu me esqueci do Giuliano Gemma!
      Com o Charles Bronson ele adora "O Grande Búfalo Branco"! Do Bronson também, sem ser de faroeste, eu gostei muito de assistir ao "Desejo de Matar"!

      ...beijinhos***

      Excluir
  2. To beem atrasada rsrs Mas estou gostando da história. Beijo linda <3

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O importante é que visitou aqui! ^^
      Obrigada, Jú! ^^

      ...beijinhos***

      Excluir