sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Monstro debaixo da Cama - cap 1



Quando criança você já teve certeza de que havia um monstro embaixo da cama? Já sentiu medo de ficar sozinha/o no seu quarto e quis dormir com os pais na cama deles?

Não se deixe enganar pelo título do conto! Às vezes, essas coisas são mais do que simples medos infantis...

É o caso de Trish!

E a história que começo a contar aqui hoje em:



O Monstro debaixo da Cama



Capítulo Um

Aquela casa era a casa dos sonhos de Rachel! De fato, era uma linda construção em estilo vitoriano, cercada por um bonito quintal e fora muito bem reformada. Sean, marido de Rachel, funcionário público, há tempos fazia economias e o casal Robinson investiu todos os seus recursos financeiros adquirindo a propriedade no bairro Highlands ao norte do distrito histórico de Lower Highland em Fall River.

O jovem casal, com a filha de oito anos, Trish, se mudou para a nova casa. 

“Não gosto daquela árvore, querido” – disse Rachel ao marido sobre uma das árvores do quintal.
“O que há de errado com ela? É como as outras!” – ele respondeu.
“Não sei, Sean, ela não me dá uma boa sensação”.
“Isso é impressão sua, querida, deve ser a mudança”.

A pequena Trish agora teria seu próprio quarto, que, assim como o dos pais, ficava no segundo andar da casa. Trish estava contente pelo quarto, que foi decorado com muito capricho ao gosto da menina.

Mas na primeira noite em que Trish dormiria em seu próprio quarto ela apareceu no quarto dos pais no meio da noite.

“Posso dormir com vocês?” – perguntou a filha.
“Filha, agora você já tem oito anos e seu próprio quarto!” – respondeu Rachel, a mãe.
“Mas estou com medo, mamãe”. 
“Não tem do que ter medo, filha” – respondeu Sean, o pai.
“Tem sim! Tem um monstro debaixo da minha cama!”
“Não há nada debaixo da cama, Trish!” – respondeu o pai.
“Sean, vamos deixa-la dormir conosco só hoje, ainda é novidade para ela!” – Rachel disse ao marido.
“Está certo, mas amanhã você passa a dormir no seu quarto!” – Sean disse à filha.

Na noite seguinte Trish, novamente foi ao quarto dos pais.

“O que houve, filha?” – perguntou mãe.
“O monstro está debaixo da minha cama de novo!”
“Trish, não existem monstros que fiquem debaixo de camas! Isso não é uma desculpa sua para dormir com a gente?” – disse o pai.
“Ele está lá sim!”.

Rachel se levantou e foi com Trish até o quarto.

“Está vendo, filha? Não tem nada aqui debaixo da cama! Você pode, como uma mocinha de oito anos, dormir em seu quarto!” – disse Rachel.
“Você fica aqui comigo?”
“Vamos fazer assim, eu fico aqui até você dormir, tá bom?”

Trish concordou e depois da menina adormecer, Rachel voltou ao quarto do casal.

“Ela dormiu” – relatou ao marido.
“Ela tem que se acostumar” – respondeu Sean.

Algum tempo depois da mãe deixar o quarto Trish acordou. Sentiu medo por estar sozinha no quarto, tinha certeza de que o monstro estava debaixo de sua cama. Mas ficou sem jeito de tornar ao quarto dos pais. A menina puxou bem a coberta e abraçou firme a boneca.

“Henrietta, você que tem que ser minha companhia” – disse à boneca.

Mas algo parecia mover-se debaixo da cama. O medo foi aumentando até que Trish começou a gritar de medo, só cessando quando a mãe chegou ao quarto e acendeu a luz.

“O que houve, Trish?” – perguntou Rachel.
“É o monstro, mamãe!”
“Mas nós já... Tá bom! Vem, vamos dormir lá com a gente”.

E Trish, mais uma vez dormiu com os pais.

* * *

Rachel, que cuidava do jardim, no quintal da casa nova, observava a árvore da qual não tivera desde o primeiro instante uma boa sensação. Para Rachel parecia haver um sentimento melancólico em torno da árvore, mas Sean deveria ter razão, era coisa da cabeça dela.

Todas as noites Trish acabava indo ao quarto dos pais, queixando-se do tal monstro debaixo da cama.

Numa noite Rachel acordou e viu, contra a luz, uma sombra de menina à porta do quarto.

“Trish?”
“Vem comigo, mamãe! Quero te mostrar uma coisa!”.
“O monstro de novo?”.
“Vem! Quero te mostrar!”.

Sean ameaçou acordar.

“A Trish?” – perguntou à esposa.
“Vou ver o que ela quer”

Ao chegar à porta Rachel ouviu som de descendo as escadas e risos da garota. Rachel desceu seguindo os risos traquinos.

“Filha! Não é hora pra isso! Todos temos que dormir”.

E seguiu os risos até a cozinha, e à porta do porão.

“Filha, não é hora dessas brincadeiras, nem de ir ao porão! Nós nem arrumamos o porão ainda, deve estar muito sujo...”.
“Vem, quero te mostrar!”

Rachel desceu a escada do porão, tateava a parede procurando onde se acendia a luz, ao mesmo tempo em que firmava a vista tentando enxergar a filha. Quando a porta do porão se fechou sozinha. Rachel sentiu calafrios, subiu os degraus e tentou, sem sucesso, abrir a porta. Deixou de ouvir a voz da filha e passou a ouvir uma respiração forte e pesada. Rachel tentava abrir a porta, mas estava emperrada.

“Trish?” – chamava pela filha sem resposta.

Nesse momento Sean acorda com a filha chamando.

“Papai!”
“Trish?” – Sean sonolento perguntou e estranhou a filha ali sem a presença de Rachel.
“O que faz aqui? Cadê a sua mãe? Ela não desceu com você?”
“Não, papai! Eu estava no meu quarto, sozinha com a Henrietta” – Trish se referia à boneca Henrietta – “Estava com medo, agora que o monstro saiu eu aproveitei para vir aqui”.

No porão Rachel, sem resposta, chamava pela filha, enquanto tentava, sem conseguir, abrir a porta. O som da respiração pesada dava lugar a uma espécie de rosnar. Rachel sentia muito medo de olhar para trás e do que pudesse estar ali. Mas ela olhou e viu dois horríveis olhos vermelhos brilhando na escuridão. Entrou em desespero e começou a socar a porta e a gritar.

Nesse momento Sean e Trish chegavam à cozinha. Quando Sean ouviu as batidas correu até a porta, que se abriu facilmente quando ele experimentou a maçaneta.

Rachel se atirou nos braços do marido e o abraçou forte. Ofegante viu a minha e se sentiu como quem despertava de um pesadelo.

“Que diabos foi isso, Rachel?” – Sean perguntou à esposa
“Não sei, eu pensei ter... Como você a abriu? Estava trancada! Ela bateu e trancou...” – respondia Rachel ao mesmo tempo em que ver a filha ali com o marido lhe fazia sentir confusa.

“A porta deve ter batido com alguma corrente de ar e emperrou. Essa casa é antiga, se lembra? Não devem ter trocado a porta do porão, apenas pintado” – disse Sean.

Continua...

8 comentários:

  1. Legal! Adoro histórias assim qnd são bem feitas.
    To gostando da sua. Venho p/ conferir a continuação.
    BEIJOS

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    1. Muito obrigada, Vanessa! ^^
      Espero que goste da continuação!
      ...beijinhos***

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  2. Ai pronto.. fiquei super curioso agora pra saber como que acaba a história..rsrsrs parabéns pela capacidade de fisgar o leitor, estarei ansioso pelo segundo capítulo....
    E os pais nunca acreditam nos monstros mesmo...tsc tsc tsc...

    Ótimo post.

    http://anteontemmusical.blogspot.com.br/

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    1. Muito obrigada, Fernando! Lisonjeada com o coment! Espero que goste da continuação!
      ...beijinhos***

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  3. Nossa interessante, esperando a continuação!!!

    Bjokasss

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    1. Oi, Gi! ^^
      Que bom revê-la aqui!
      Espero que goste da continuação!
      ...beijinhos***

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