quarta-feira, 5 de março de 2014

As Irmãs McGee - cap 2


Greg, um vigia noturno de um mercado, começa a ouvir vozes e a ver vultos no local de trabalho. Desde jovem Greg costumava ver vultos esporadicamente, mas preferia ignorar e não comentar, pois "tinha medo dessas coisas" e as pessoas desacreditavam de suas visões. No entanto, a frequência com que vinha tendo essas percepções no local de trabalho o fez querer conversar sobre elas com alguém.


As Irmãs McGee

Capítulo Segundo

Greg tinha uma amiga, que gostava de assuntos sobre fantasmas e costumava ler sobre o tema, a qual procurou para contar sobre o que vinha acontecendo.
 Ellie se entusiasmou:

– “Se você pode ouvi-los, eles também podem te ouvir, Greg! Se souberem que você pode ouvir talvez lhe digam algo!”.

– “Se são realmente espíritos que estão lá, não sei se quero conversar, por mais sozinho que me sinta à noite no trabalho!” – ele respondeu.

– “Greg, é sério, não é pra brincar! Olha, pergunte quem são e se você pode ajudar”.

– “Não sei não”.

Ellie assumiu um ar sério e disse enfaticamente para que o amigo não se esquecesse:

– “Mas jamais chame, não diga nenhuma frase que seja convidativa como: ‘venham’, ou ‘entrem’... Não responda se as vozes fizerem perguntas, só você faz as perguntas, e o foco é sempre em que você poderia ajudar, caso lhe seja possível”.

Greg decidiu que definitivamente não tentaria dialogar com “vozes do além”, mas assentiu para satisfazer Ellie.

***

Certa noite ao despertar de sua costumeira soneca durante o trabalho de vigilância, Greg ao abrir os olhos viu dois pares de pés ao seu lado. Calçavam sandalinhas de menina... seriam pés de uma menina “maiorzinha” e outra menor... Como se estivessem paradas ao seu lado vendo-o dormir. O vigia levantou correndo e assustado, olhou em volta e não viu mais nada.

Resolveu ir assistir um pouco de TV... mas no caminho teve a sensação de ver o vulto  do homem grande parado em frente à porta pela a qual deveria passar... Não era um vulto de alguém vivo, era como os vultos que Greg sempre vira desde pequeno. Resolveu dar a volta e chegar à TV por outro caminho, evitando assim, cruzar com o “fantasma do homem grande”...

Enquanto assistia TV o vigia começou a ter a incomoda sensação de haver alguém atrás de si... Que ele intuía ser a “menina maior”. Greg não queria se virar para trás. Ele pensou “A Ellie disse que se elas souberem que posso ouvi-las podem querer falar comigo... vou fingir que não as percebo e não vão tentar se comunicar”. E procurou fingir que não a notava.
Então sentiu uma mão cutucar-lhe o ombro três vezes, como no gesto comum de atrair a atenção de alguém. Greg deu um pulo para longe apavorado e seu coração disparou. Enquanto engolia a seco seguidas vezes pensava “eu já vi coisa, passei a ouvir coisa, mas isso já vai além da conta!”.

***

– “Ellie, a menina maior... digo... Eu acredito que, se há algo lá, sejam duas meninas... talvez irmãs... da primeira vez que ouvi o “chata”, deveria ser a menor chamando a irmã de chata, como quando se perturba os irmãos menores, sabe? Mas tem esse cara grande... não sei qual seria a relação dele com elas... Enfim, essa maior me cutucou o ombro, isso nunca havia me acontecido! Contato físico! Eu não sei se tenho coragem de ir trabalhar hoje à noite!”.

– “Se houver algo lá o que, Greg! Você sabe, como eu, que há, está claro que há! Mas se ela lhe tocou, deve ter falecido faz um bom tempo! Um espírito leva tempo para aprender essas coisas, como materialização! Talvez estivessem adormecidas, tendo sido despertadas por aquela reforma que você me contou que houve no mercado... reformar um lugar assombrado é a melhor forma de acordar os espíritos... afinal estão mexendo na casa deles... Bem, já esse cara grande, que você fala, pode ser um espírito de alguém que foi ruim com quem elas quando conviveram em vida e talvez não queira que você as contate e talvez crie algum tipo de problema! Faz o que te falei e tente falar com essas meninas, que você diz ver e ouvir!”.

– “Espera um pouco, Ellie, como assim o fantasma do cara grande pode ser mal e criar problemas? Eu não vou me meter nisso! Como se lida com um espírito se ele te atacar?”.

– “Ai, Greg! Tenho que ir pra aula, não dá pra conversar mais agora. Só faz como te falei e quando as ouvir pergunte quem são e se você pode ajudar! Tchau!”.

– “Mas, Ellie...”



Continua...

Um comentário: