sábado, 17 de janeiro de 2015

A Última Noite - cap 4



Capítulo Quatro


Enquanto Chase dirigia, Becky mexia no notebook que levara consigo.

“O que está vendo aí, Becky?”
“O que acha que estou vendo? O Facebook? Estou pesquisando os nomes dos meus possíveis pais... ‘Brett’, mesmo associando à ‘Little Town’ tem resultados muito amplos... ‘Bryan Lempke’ tem pelo menos um nome com sobrenome... e não tem muitos ‘Bryan Lempkes’... Mas quando pesquiso por ‘Bryan Lempke – Little Town’, encontro algo realmente impressionante!”
“O que é esse algo?”
“Aqui fala de um Bryan Lempke que foi preso acusado pela morte de sete pessoas em Little Town, cinquenta e dois anos atrás!”.
“Não pode ser esse... Poderia?”.
“Escuta! O pai desse Bryan, Anthony Lempke, fora preso anos antes, pela mesma razão! E tem mais com esse sobrenome! Encontrei coisas realmente estranhas em blogs sobre lendas urbanas, maldições e etc. Diz que há cada treze anos fatos estranhos, envolvendo sempre a morte de forasteiros acontece em Little Town. Que o lugar se tornou amaldiçoado desde que houve uma revolta de escravos, na época em que o local era uma fazenda, e os escravos assassinaram um feitor de nome ‘Richard Lempke’”.
“Você não está acreditando em uma maldição, está? Isso é cientificamente um absurdo!”
“Entendo seu pensamento ‘cientificista’, mas, diferente da Magia a Ciência falha! Se pesquiso sobre a cidade, as informações são intrigantes! Foi uma fazenda nos tempos da escravidão... o tal feitor existiu e seu assassinato pela revolta dos escravos é fato histórico... também são fatos as prisões de Anthony e Bryan Lempke... Agora – a antiga fazenda se tornou uma cidade... Mas nas duas últimas décadas seus moradores abandonaram o estilo de vida moderno, optando por uma vida mais rústica... o que é creditado a conversão em massa dos habitantes...”.
“Isso tudo é louco demais!”
“Pela idade desse Bryan quando foi preso ele teria uns setenta e tantos hoje...”.

***

Na manhã do mesmo dia em que o grupo de amigos formados por Bud, Joey, Aaron, Amber e Ellen chegou a Little Town, um pouco mais tarde do que o grupo, Chase e Becky passam, sem parar, pelo posto de gasolina onde o velho advertira aos primeiros.

O velho observa o carro com o casal se aproximando pela estrada, e, depois de ver o veículo seguir em direção a Little Town, diz para si mesmo: “Com mais esses dois se completam as sete vítimas dessa noite!”.

Algum tempo depois

“Merda, a droga da Internet caiu!” – disse Becky.
“Bem-vinda a Little Town!” – replicou Chase, mostrando a placa na estrada.

***

Bud entrou no bar e se dirigiu até o balcão.

– Uma cerveja – pediu.
O barman, um homem mal encarado, colocou ambas as mãos sobre o balcão e fitou Bud, enquanto os demais frequentadores o observavam.
– Documento – disse ríspido, o barman.
– Ah, qual é! Só pedi uma cerveja! – respondeu Bud.
– Documento – repetiu o homem.
– Em que lugar do mundo se pede documento para se vender uma cerveja? – respondeu, irritado o jovem.
– Algum problema, Ben? – um homem grande se levantou e perguntou ao barman.
– Parece que o rapazinho forasteiro aqui quer criar algum problema! – respondeu o barman.
Dois outros homens se levantaram e todos se aproximavam de Bud, um deles disse – O que você quer dizer com isso de ‘que lugar do mundo’?  – “Acho que ele quer nos chamar de caipiras!” – disse um dos outros, seguido pelo terceiro – É isso que você quis dizer “menino da cidade”?
Os homens estavam a ponto de espancar o jovem quando um policial entrou no bar e aplacou a situação.
– Um policial! Que bom! – disse Bud, e seguiu – Policial, esses homens estavam me cercando de modo ameaçador...
O policial sem dar a menor atenção ao jovem forasteiro, perguntou ao barman o que estava se passando.
– É um criador de encrenca – afirmou.
– Muito bem! – disse o policial, que segurou Bud, colando seu rosto de lado no balcão e levando suas mãos às costas e o algemou.
– Ei, isso é um absurdo, eles que estavam sendo hostis... – dizia Bud.
– Cala a boca, moleque, e agradeça por eu te levar antes que eles te dessem boas bofetadas.

Joey, Amber, Aaron e Ellen encontraram um restaurante.

– Pelo menos a comida é boa! – comentou Amber.
– Comida no Interior é sempre boa, diferente da cidade grande – comentou Joey.
Aqui parece que o povo tá no século passado – disse Amber.
– Eu gostaria de encontrar o gatinho que vi agora a pouco– disse Ellen se referindo ao rapazinho com quem flertara.

A mocinha da lanchonete se aproximou para perguntar se queriam algo mais. O grupo respondeu que não e pediu a conta. A mocinha então trouxe a conta. Parecia estar nervosa. E, se abaixou um pouco e sussurrou para Amber, enquanto disfarçadamente lhe entregava um bilhete – “Não leia aqui”.
– O que está acontecendo aí, Mary? – gritou uma mulher gorda, que estava atrás do balcão, para a mocinha.
– Nada, mãe! Só estou limpando a mesa deles. – respondeu, e olhou para Amber, com olhar de quem pedia sua cumplicidade. Amber estranhou e guardou disfarçadamente o bilhete em sua bolsa.

O grupo deixou o restaurante. Amber procurou o bilhete e o leu. Este dizia –
“Fujam enquanto podem”.
– Fujam enquanto podem? – se perguntou, mostrando o bilhete à Ellen.
– Ela deve ter escrito escondido, viu que parecia nervosa? Deve querer nos avisar de algo! – comentou Amber.
– Bem que eu queria estar a quilômetros daqui! E isso deve ser algum tipo de brincadeira, como aquele velho do posto com a conversa dele. Sei lá! Deve ser a diversão do povo daqui! Assustar aos forasteiros! – disse Joey.
– Vamos para a praia! O mar vai fazer a gente se sentir melhor! Nós viajamos para irmos à praia, não é? – disse Aaron.
O grupo seguiu as indicações das placas, chegando à praia de Little Town.




2 comentários:

  1. Boa tarde querida Aline..
    sempre dando vida a todos os personagens,
    enriquecendo as conversas soltando o verbo quando necessário..
    teus dialogos são muito bem resolvidos... dificuldade minha imensa esta por isso que minha obra neste meio de história tá travada rsrs
    realmente falaste tudo.. comida de interior é tri boa, fala quem reside no interior. cidade grande deve ser osso né..
    beijão querida amiga.. até sempre

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  2. Ela leu "Diz que há cada treze anos fatos estranhos, envolvendo sempre a morte de forasteiros acontece em Little Town" e continua lá? rss

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