quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Te Wairoa - cap 1


A história de “Te Wairoa” trata de um grande evento da história neozelandesa.
Em “Te Wairoa” relato uma incrível tragédia histórica, mas me permitindo misturar realidade e ficção.
Escrevi a minha “novela”, entre aspas, onde há com certeza erros cronológicos, fruto de algumas informações que não pude obter – como, por exemplo, a data da chegada de Edwin Bainbridge à vila de Te Wairoa. Há um personagem fictício – “Tama”, convivendo com personagens históricos. Há traços de personalidade que eu atribuo a personagens históricos: a ambição de McRae, a arrogância de Dr. Ralph etc. Há diálogos e histórias, retiradas de artigos sobre cultura maori, inseridas nas falas dos personagens...

Espero que você aprecie a história que ofereço para leitura!
Foram muitas pesquisas em sites – especialmente sites da Nova Zelândia, que usei para criar o cenário da “novela”.

“Te Wairoa” é um relato trágico e mágico! 
Um antigo demônio é libertado de sua prisão por um feiticeiro para punir os pecados de sua tribo!


Capítulo Um


Ano de 1886

“Como foi a visita aos Terraços, Srtª Smith?” – perguntou à jovem turista inglesa, o Senhor Joseph McRae, dono do Hotel Rotomahana em Te Wairoa.

“Di-vi-naaaa! São, de fato, como dizem, a oitava maravilha do mundo! Foi muitíssimo agradável me banhar em suas piscinas de águas mornas! Os Terraços branco e rosa são uma obra-prima esculpida por Deus!” – disse entusiasmada. E, após uma pausa, continuou com ar esnobe: “Só não entendo por que Deus foi criar obra tão maravilhosa aqui nesse fim de mundo neozelandês” – disse isso sem se preocupar, pois, sabia que McRae, era, assim como ela, europeu.

Tama, um maori nativo de Te Wairoa e funcionário de McRae, observava a conversa. Compreendia com dificuldade o idioma inglês, mas compreendeu muito bem a atitude da turista.

Após comentar sobre sua partida no dia seguinte “daquele fim de mundo”, que era como ela se referia à Ilha Norte da Nova Zelândia, a turista inglesa subiu para seu quarto.

Tama aproximou-se então do patrão e comentou:

“Não gosto da arrogância desses turistas, Mr. McRae”. – o único funcionário do hotel tinha intimidade e total liberdade de conversar com o patrão.

McRae, no entanto, não dava tanta importância à arrogância dos turistas. E comentou com seu empregado – “Essas pessoas veem para cá, dispostos a pagar um valor elevado para visitar os Terraços” – “Sabe, Tama, Te Wairoa tem um grande futuro! E vem do turismo! Guarde o que estou te falando! A visita que aqui fez o Duque de Edimburgo evidenciou muito nossa região! Essa minha espelunca daqui alguns anos será um grande e luxuoso hotel! E a renda anual de cada morador da nossa aldeia? Não aumentou muito? Chegará logo a 4 mil libras!”

“O tohunga Tuhoto Ariki não gosta da forma como nossa terra tem recebido esses turistas. Ele diz que não se respeita aos ancestrais” – respondeu Tama.

“Ariki é um velho bruxo rabugento! Não é de se admirar também com a idade que tem! Quantos anos mesmo dizem que ele tem?” – disse McRae.

“Ele tem cento e quatro anos. Nossa gente respeita muito aos anciões”. – respondeu o funcionário.

“Não quero ofender aos costumes, você sabe o quanto admiro o seu povo e sou respeitado pelos maoris! Eu mesmo não escolhi deixar a Escócia para viver aqui em Te Wairoa? Aqui vivo feliz aqui com minha esposa e seis filhas e não deixaria Te Wairoa por nenhum outro lugar do mundo! Mas Ariki pensa que o mundo ideal é o mundo em que ele vivia no século passado! Os velhos são assim mesmo! Tama, devemos pensar pra frente! Nesses próximos dias está pra chegar um rapaz, um jovem jornalista” – McRae apanhou uma caderneta e ajeitou os óculos para ler o nome – “Edwin Bainbridge! Escreverá para um jornal de Londres! Acredite em mim, Tama, no próximo século, ou até depois, alguém há de contar a história do Hotel Rotomahana! Até do outro lado do mundo!” – disse o patrão.

McRae não era o único em Te Wairoa que esperava visitantes, Charlez Haszard, diretor da escola local esperava nos próximos dias dois inspetores de visita, J.C. Blythe e Harry Lundius.


Continua...

3 comentários:

  1. Muito bom esse texto, original e criativo, parabèns.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  2. Boa noite querida Aline..
    recebi hj pela tarde o email e já lhe expliquei por lá o ocorrido..
    estou lendo e já fiz dois versos sobre a tua obra..
    estou tentando passar em versos o que tu descreveu numa novela.. vamos ver como vai ficar.. logo te retorno por email os primeiros versos..
    pelo que li é uma história muito inspirada, com uma linguagem que gosto e uma descrição de lugares, nomes, tudo como manda o figurino não é..
    beijos e uma linda noite.. até sempre

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  3. Muito interessante,Aline!
    Gostei bastante de você trabalhar com fatos históricos, bem legal!
    Achei o máximo o Samuel fazer versos sobre sua obra, que luxo,amiga!
    Você merece mesmo!
    bjus
    http://www.elianedelacerda.com

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