sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O Monstro debaixo da Cama - cap 2


Um jovem casal adquiriu uma casa e se mudou com a filha, que começou a se queixar de que em seu novo quarto havia um “monstro debaixo da cama”. Uma noite a mãe pensou ter visto a filha chamar à porta do quarto e desceu até o porão, onde teve uma experiência assustadora...



O Monstro debaixo da Cama


Capítulo Dois

No dia seguinte Rachel conversava com o marido sobre a estranheza do que acontecera na noite anterior.

“Você deve ter sonhado aquilo, querida” – disse Sean.
“Mas, Sean, eu fui até o porão...”.
“Querida, você disse que a Trish te chamou e você a seguiu, mas a menina só foi ao nosso quarto depois! E não me parece plausível que houvesse algo como uma fera de olhos brilhantes no porão! Acho que você teve uma crise de sonambulismo! Eu me lembro de que seus pais, uma vez, comentaram comigo que você quando era criança, em duas ocasiões, se levantou e saiu andando dormindo!”.
“Mas...”.
“Essas coisas acontecem! Você deve ter se levantado dormindo! E que explicação melhor teria para você ter visto a Trish te chamar e essa coisa no porão?”

Mas Rachel não concordava com Sean. Havia a sensação com a árvore, o medo de Trish à noite e aquele episódio estranho no porão! Rachel começou a acreditar que havia algum tipo de mal espiritual na casa. Pensando nisso, um dia, depois de haver deixado Trish na escola, Rachel passou em uma loja que vendia artigos religiosos e chegou com um crucifixo de madeira. Ela colocou um prego na parede da sala e ali pendurou o crucifixo. Em seguida foi cuidar dos afazeres da casa.

Enquanto estava na cozinha, Rachel viu, pela janela, uma bola cair em seu quintal. Alguns instantes depois um grupo de quatro ou cinco crianças chegaram à cerca da casa, procurando a bola. As crianças ficaram olhando por um tempo a bola no quintal e foram embora. Rachel estranhou. As crianças pareceram ter medo de pegar a bola. Ela, então, resolveu ir até lá, gritar as crianças e entregar a bola.

Quando passava pela sala, para ir ao quintal, ela viu o crucifixo caído no chão. Ela o apanhou e foi verificar se o prego havia caído, se ela o pregou mal. Ela achou estranho. O prego estava no lugar e não havia nada errado com o crucifixo também. Ela recolocou o crucifixo no lugar e foi até o quintal. Lá chegando já não avistou as crianças. Jogou a bola para a rua e voltou para dentro de casa.

Ao entrar na sala o crucifixo estava novamente caído no meio do chão. Ela ficou parada alguns minutos olhando o objeto caído. As estranhas quedas do crucifixo a deixaram apreensiva. Dessa vez ela o pegou e deixou sobre um móvel da sala, e voltou para a cozinha terminar seus afazeres.

Depois de algum tempo ela se assustou com um barulho na sala. Ela foi até lá e viu o crucifixo caído perto da porta, como se tivesse sido arremessado contra ela! Não o apanhou imediatamente, não retornando à sala nas horas seguintes. Mais tarde, antes de Sean chegar, ela apanhou o crucifixo e o guardou no fundo de uma gaveta de um móvel da sala.

Rachel e o marido sempre foram um casal muito amoroso, mas nos últimos dias estavam se irritando um com o outro muito facilmente. Passaram a discutir por coisas de pequena ou nenhuma importância. Um dos motivos de desacordo era sobre Trish dormir ou não no quarto dela. Sean queria que a menina se acostumasse ao quarto, já Rachel, movida pela sensação de haver algum tipo de mal espiritual na casa impunha que Trish continuasse dormindo com eles.


Desde a mudança Sean e Rachel não tiveram muito contato com os novos vizinhos, criam que fossem apenas uma vizinhança reservada. Mas depois de algum tempo Rachel passou a ter contato com a vizinha da casa ao lado quando ambas cuidavam de seus quintais.
Rachel relatou a essa vizinha, já uma senhora, o caso das crianças que ela ter estranhou não terem apanhado a bola que estava tão acessível, próxima à calçada.

A vizinha hesitou um pouco, mas respondeu – “Sabe como são as pessoas aqui de Nova Orleans! Há muito tempo aconteceu algo muito lastimável na casa que hoje é de vocês. Isso foi há anos e ela ficou desocupada desde então. E criaram-se algumas superstições em torno dela. As crianças teem medo dela...”.

O olhar de Rachel se tornou interrogativo, e a senhora prosseguiu – “Houve um rapaz, era jovem, jovem e bonito, de muito boa aparência. Ele, pode-se dizer, tinha tudo, tudo o que um jovem da idade dele poderia sonhar em ter! Por isso chocou ainda mais quando... Bem, ele cometeu suicídio. Ele se enforcou nessa árvore grande à direita da casa”.

Tratava- se da árvore da qual Rachel sempre teve uma impressão estranha.

A vizinha prosseguiu – “Os pais se mudaram poucos dias depois da morte do rapaz. Eu acredito que era insuportável para eles estarem na casa em que conviveram com o filho”.

“Entendo” – respondeu Rachel e não mencionou nenhum dos fatos estranhos que vinham acontecendo.

Rachel passou a entender que sua “cisma” com a árvore não era sem razão. Aquele rapaz, de quem a senhora da casa ao lado contou, fora morador da casa e cometera suicídio naquela árvore. Começou a acreditar na possibilidade de que a alma do suicida estivesse presa à casa e que teria relação com os medos de Trish e o episódio do porão, assim como do crucifixo. Afinal, ela sabia pelo catecismo, que almas de suicidas não encontram descanso. Talvez se mandasse rezar uma missa pela alma do rapaz e um padre viesse benzer a casa as coisas melhorariam.

Padre Reno, padre da paroquia mais próxima, a qual Rachel passara a frequentar desde a mudança, chegou a casa do casal Robinson para benzê-la a pedido de Rachel.
Padre Reno era um páraco muito simpático, fora muito solicito quando Rachel lhe pediu que abençoasse a nova casa e naquela tarde exibia sua simpatia habitual ao chegar.

Sean e Trish não estavam. Sean havia levado a filha para passear. Rachel achava que o melhor era que o padre tivesse sossego para fazer a benção.

Padre Reno colocou sua estola sacerdotal e começou o rito de benção da casa, aspergindo água benta e rezando em todos os cômodos.

Rachel não disse nada ao padre sobre o medo que a filha tinha de ficar sozinha no quarto, ela queria ver se o padre mencionaria algo especial sobre o quarto de Trish.

Tudo se procedia dentro da normalidade até que o padre pediu licença para subir e benzer o segundo andar. Rachel permaneceu na sala, no primeiro andar, esperando.

Mas o padre não demorou muito no andar de cima. Ele voltou logo. Estava pálido e suando.

“Eu já terminei” – disse o padre e começou a guardar apressadamente as coisas em sua maleta.

“O senhor aceitaria tomar o café da tarde? Um chá ou café?” – perguntou Rachel. Mas Reno se esquivava, dizendo que precisava ir, pois, estaria atrasado para vários compromissos que ainda tinha naquela tarde.

“Nos vemos na paroquia na missa de domingo!” – respondeu Padre Reno e deixou apressadamente o local.

Rachel percebeu que os supostos compromissos do Padre Reno não passavam de escusas. Ele estava nitidamente assustado.
O que quer que tenha acontecido no segundo andar ou o que quer que o padre tenha encontrado lá o afugentara.


Continua...



2 comentários:

  1. Aff... Pq quase nunca os padres falam oq tá havendo? (nos filmes)
    Eu tô é assustada com a história do crucifixo q não fica no lugar. Nossa senhora! (como dizem aqui em Minas)
    Volto p/ conferir a continuação.
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Que padre mais sem fé - rss.
    Se minha esposa cismar com uma árvore, corto na hora.
    O conto está prendendo.
    Acho que este será teu best seller

    ResponderExcluir