quinta-feira, 2 de maio de 2013

Alice & Ray - capítulo VII


“Jones morava na mesma rua que eu, ele era um sujeito convencido, vivia se gabando por um monte de besteiras, se achava o máximo por ter conseguido uma motocicleta, usava jeans e se julgava o cara mais moderno da cidade, dizia que Salisbury era um buraco no sul da Inglaterra e que iria se mudar para os Estados Unidos”.

“Ah! Ele devia pensar que era o Elvis Presley!” – disse a Bianca.

Vovó respondeu:

“O Elvis ainda viria a ser sucesso dali a coisa de uns cinco anos. Digamos que ele se achava um Marlon Brando, que começava a fazer sucesso por aqueles tempos”.

“Esse Jones com certeza era um mané, um convencido e ainda por cima um americanizado! Mas esse nome ‘Marlon Brando’ não me é estranho” – Bianca comentou.

“Marlon Brando, Bianca, fez o psiquiatra do filme ‘Don Juan de Marco’, ele fez muito sucesso como galã no cinema dos anos 50, não é, Vó?” – eu disse.

“Sim, Aline”.
“Mas voltando ao tal Jones, ele cismou de me paquerar e ficava me importunando sempre que me via na calçada, e vinha me dizer bobagens! Eu ficava muito indignada pelo atrevimento dele de convidar para passear e dizia que não estava interessada e que eu tinha namorado”.


“Então ele era rival do vovô Ray!” – Bianca disse indignada e perguntou: “Mas o que era que ele dizia e aprontou que a senhora disse?”.

“Ele saiu perguntando sobre mim para as garotas do meu colégio, e uma fofoqueira de nome Mary andou lhe contando sobre o que sabia de Ray e eu. Eu fui boba de comentar sobre meu Ray com todo mundo! Minhas colegas a maioria também ficavam me dizendo que não acreditavam que Ray, em Londres, só pensasse em mim e que deveria estar me fazendo de boba”.
“Então, por vezes, eu estava voltando da escola e ele vinha me perturbar me perguntando quantas garotas eu achava que havia em Londres, e dizia que eu não sabia nada sobre Ray, além do que ele me contara quando estava em Salisbury, que eu não conhecia a família, que não tinha como averiguar a veracidade do que me dizia, que Ray tinha outra em Londres e talvez fosse até noivo de alguém, que me prometera voltar por pena e que aquele namoro só existia na minha cabeça...”


“Que raiva desse Jones! E dessa Mary” – Bianca disse.

“Como soube da fofoqueira?” – perguntei.

“Quando o tal Jones começou a saber demais sobre Ray e eu, eu lhe perguntei quem tinha dito essas coisas para ele!”

“Eu acreditava no Ray, mas minha família vivia dizendo que ele estava me iludindo, e também as minhas amigas diziam isso e ainda vinha esse sujeito me dizer essas coisas!
Tudo isso ficava na minha cabeça! Eu tinha recebido a primeira carta de Ray! Ele escreveu coisas tão bonitas! Eu me sentia especial para ele! Mas de tanto que falavam na minha cabeça eu ficava pensando se Ray estaria me iludindo, se dizia aquelas coisas bonitas para outras garotas também. Era horrível imaginar isso!”


Bianca disse: “Ai, Vó! Essas meninas eram umas invejosas isso sim! Principalmente essa tal Mary!”.


Continua...

4 comentários:

  1. Q cara chato, não?!
    Espero que ele pare de por minhocas na cabeça da Alice.
    Muito fofo os dois com as cartinhas <3 *-*
    Esperando o próximo post.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, cara muito chato!
      Ai ai ai!

      ^^ Muito obrigada pelo coment e por acompanhar a "novelinha"!

      ...beijinhos***

      Excluir
  2. Respostas
    1. Ai ai ai, Sr. Claudio!

      Fico muito feliz por você acompanhar a "novelinha"!
      Gostei muito dos comentários anteriores sobre "como era aquela época"! Muito obrigada!

      ...beijinhos***

      Excluir