segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal Macabro.



- O Zach deu nó no cabelo da minha boneca de novo! – A pequena Becky, muito zangada, se queixou à Mãe.
- Eu vou dar uma boa bronca nele! Me deixa te ajudar a desfazer o nó! – respondeu a mãe.
- O Zach é tão chato! – disse Becky.
- Prontinho! Viu? – disse a mãe ao entregar a boneca. E outro assunto tomou conta dos pensamentos da pequena Becky.
- Mamãe, por que nunca vemos o Papai Noel?
- Deve ser porque ele vem muito rápido, já que tem que entregar presentes em todas as casas de todo o mundo! Aí fica difícil conseguir vê-lo, não é? Mas ano passado você quase o viu! Não foi?
- É.

Becky foi até a janela, onde ficou olhando o céu e penteando a boneca.

- Oi, querido, como foi o trabalho? – a mãe de Becky perguntou ao marido que chegava.
- Foi um dia duro no trabalho, Gina. Eles nos exploram muito naquela fabrica. Olha a hora que estou chegando!
- Ah, querido! Pelo menos esse ano vamos poder comprar o que as crianças querem de Natal – Gina disse sussurrado ao marido, para que a pequena Becky não os ouvisse.
- Isso é verdade! Pena que o Papai Noel ganhe o crédito!
- Ah, Wayne! É tão gostosa essa idade, de acreditar em Papai Noel!
- Pelo menos o Zach já sabe que somos nós que compramos! E só vídeo game dele custa mais do que ganho em um mês inteiro!

- Mamãe! Mamãe! – Becky gritou entusiasmada da janela, interrompendo a conversa dos pais – Vem ver, Mamãe!

Gina foi até a janela.

- É a estrela de Belém, Mamãe? – Becky perguntou apontando uma estrela grande que surgia no céu.

- Não, filha, a estrela de Belém só esteve no céu na noite do nascimento de Jesus... Mas olhe! É uma estrela cadente!
- Cadente?
- Sim, porque cai, então é cadente!
- rs – Becky achou o nome engraçado.
- E sabe o que uma estrela cadente tem de muito especial?
- Não.
- Quando vemos uma podemos fazer um pedido e ele vai se realizar!

Becky apertou os olhinhos, se concentrando em seu desejo.

- O que você pediu à estrela? – quis saber a mãe
- Que esse ano eu consiga ver o Papai Noel!

***

Naquela mesma noite, algumas horas mais tarde, o velho Sr. Rimbauer acendia pela primeira vez a iluminação de Natal de sua casa! O Sr. Rimbauer estava muito orgulhoso da iluminação desse ano! Sua casa era sempre a mais iluminada da pequena cidade nas noites de Natal.
O velho passou algum tempo do lado de fora da casa admirando sua obra para esse ano. Depois entrou em casa regozijoso e se sentou em sua grande poltrona na sala.

- O Sr. Rimbauer ligou a iluminação da casa! – comentou Charles, um de seus vizinhos com a esposa.
- Esse ano está ainda mais linda! – ela respondeu depois de olhar pela janela.

Sr. Rimbauer ouviu um som estranho, o som de uma respiração pesada e ofegante, e, voltou-se para trás, na direção de onde vinha o som e se deparou com uma figura tenebrosa!

O Grito de Rimbauer foi alto e cheio de horror.

Charles correu apressado na tentativa de acudir. Mas já não poderia fazer nada! Ao atravessar a porta da frente, que Rimbauer deixara aberta, encontrou o velho morto imerso em uma poça do próprio sangue no meio da sala.

Charles sentiu o estomago embrulhar com visão da enorme abertura no pescoço de Rimbauer, era como se alguma fera o tivesse atacado.

Charles voltou correndo para casa.

- O que houve, amor? O que houve com o Sr. Rimbauer? – perguntou a esposa

- Rápido, telefone para o Delegado Sullivan! O Sr. Rimbauer foi brutalmente assassinado!

***

- O Sr. Rimbauer? E justo na noite de Natal? Mas quem teria um motivo para matá-lo? – Sean Martin questionou ao delegado, assim que soube do telefonema de Charles.
- Nunca se sabe!
- De qualquer modo acho difícil imaginar vingança ou crime passional contra o velho Rimbauer! Terá sido assalto?
- Veremos depois de chegarmos lá.

***

Ao examinar o corpo do Sr. Rimbauer, o delegado Mike Sullivan estava propenso a imaginar mais o ataque de algum animal do a ação de um criminoso...
Também não havia sinais de que algo houvesse sido roubado da casa...
Sullivan decidiu fechar a casa e o mais rápido possível rondar a área em busca de algum animal selvagem ou o que quer que possa ter feito aquilo ao velho.

***

Enquanto isso um caminhão militar cruzava as estradas da região

***

O Delegado Sullivan e Martin rondavam os entornos da casa de Rimbauer quando algo pulou em cima da viatura policial. Pelo barulho algo muito pesado.
A criatura sobre o carro de polícia quebrou os para-brisas, agarrando o volante e fazendo Sullivan perder o controle da direção. O carro derrapou na neve e capotou.
A criatura que pulara sobre o veículo agarrou Martin puxando-o para fora. Sullivan conseguiu sair, mas assim que se levantou, antes de ter qualquer reação, um tapa da criatura o arremessou muitos metros para longe.
A criatura se assemelhava à figura humana, mas tinha pelos vermelhos com faixas brancas, que bizarramente faziam lembrar uma roupa de Papai Noel, tinha o rosto verde, orelhas grandes pontiagudas e pelos no rosto, como uma grande barba branca.
O delegado viu a fera erguer Martin e cravar seus dentes enormes no pescoço dele. Sullivan sacou a arma e atirou seis vezes no monstro sem que este demonstrasse qualquer abalo com os disparos, que deveriam ter-lhe atravessado o coração.
O delegado assistiu incrédulo os buracos das balas simplesmente se fecharem.
A criatura bebeu uma boa quantidade do sangue de Martin e depois como se estivesse saciada jogou o corpo para o lado e desapareceu dentro da noite.

***

Sullivan fez sinal para que um carro parasse.
- Mike?
- Gerald, preciso do carro. Ficamos sem a viatura.

Gerald cedeu o acento do motorista para Sullivan e seguiram para delegacia.

***

- Mike, recebemos outra chamada. – Denny, outro policial, informou ao delegado assim que este chegou.
- O que houve? – perguntou Mike.
- Dois adolescentes foram encontrados mortos perto de uma fogueira.
- Mas que droga! Quem eram?
- Os netos da Norma Camber.

Mike, agoniado, passou as mãos pelo cabelo.

- Pobre Norma! Eles estavam feridos no pescoço?
- Sim, Mike.
- Inferno! Foi o desgraçado!
- O que houve com Sean, e como foi na casa do velho Rimbauer?
- O que atacou Rimbauer não era humano e... Não sei o que era! Aquilo agarrou Sean e eu não pude fazer nada! Com um safanão me arremessou longe. Eu disparei seis vezes, as balas não tiveram nenhum efeito nele! O desgraçado matou Sean mordendo a garganta e ao que tudo indica fez o mesmo com Rimbauer!
- Mike, juro que se não fosse você contando eu não acreditaria – disse Denny
- Eu digo o mesmo – comentou Gerald – Pelo o que você disse, Mike, é difícil imaginar como capturar essa coisa!
- Se soubéssemos, pelo menos, onde essa criatura fará o próximo ataque! – disse Denny.

Mike, de cabeça baixa e apoiado com ambas as mãos na mesa, pensava.

- Nós sabemos! – exclamou Mike e olhou para o relógio na parede – Gerald, você fica aqui na delegacia.
Tá certo, Mike...
- Denny, você vem comigo! Vamos para o Centro no carro do Gerald! Estão prestes a acender a árvore de natal!

O delegado e Denny entraram no carro e partiram.

- Como sabe onde ele vai estar?
- O Maldito é atraído pela luz! Rimbauer tinha acendido a iluminação de natal da casa dele. Quando chegamos pouco tempo depois a coisa pulou sobre a viatura, que estava com as luzes acesas, e depois atacou onde havia uma fogueira! A árvore gigante vai atraí-lo e quase toda a cidade está lá!

***

Militares examinavam a área, onde, próximo à cidade, um objeto não identificado havia caído.

- Mais tralha pra gente levar para a Área 51! – comentou o Capitão Denbrough
- Essa coisa parece um ovo partido e olha toda essa gosma! – comentou o Tenente Huggins – Esses malditos alienígenas não nos dão folga nem no Natal!
- Eu também preferia estar com minha família, tenente – respondeu Denbrough.
- Capitão! – alarmou o Sargento Bowrs – Há rastros de que algo saiu daqui e caminhou pela floresta na direção leste!
- O maldito alienígena deve ter ido em direção à cidade! – comentou Huggins – Os civis de lá podem ter avistado a queda do objeto.
- Da distância que estão quem tenha visto de lá certamente imaginou ser algo inocente, como uma estrela cadente! Ainda bem, se não haveria civis curiosos olhando esse maldito meteorito! Vamos para aquela cidade procurar o que tenha saído dessa droga aqui! Era só o que me faltava, um maldito alienígena perambulando no meio de população civil! – disse Denbrough.

***

A árvore gigante de natal foi acesa na praça central da cidade recebendo ovação do público!
Enquanto as pessoas se saudavam e admiravam a grande árvore a criatura atraída pela luminosidade se aproximou rápido do centro, saltando de prédio em prédio, chegando à praça e surgindo ao pé da árvore.

Aos poucos as pessoas voltaram suas atenções à estranha criatura.
Sullivan e Denny chegavam...

- Mantenham-se longe dele! – gritava o delegado.

A população assustada abria um grande vão em torno de onde estava a criatura.
O monstro caminhava lentamente olhando para os lados.

- Essa coisa é perigosa! – gritava o delegado.

De repente perceberam que uma criança se aproximava do monstro! Era a pequena Becky, que no meio do tumulto se afastou dos pais.

- Minha filha! – Gina berrou apavorada quando viu Becky andando em direção a criatura

- Papai Noel! – dizia a pequena Becky

- Becky, não! Não chega perto dele! – gritava Gina em meio à multidão

Papai Noel! – repetia Becky, cada vez mais próxima do monstro.

A criatura reparou na menina e a observava, com saliva escorrendo pela boca e os olhos fixos.

Os militares chegaram ao centro da cidade e Mike Sullivan ao vê-los foi de encontro a eles.

- Ainda bem que estão aqui! Sou o delegado da cidade! Precisamos de ajuda contra aquilo! Eu atirei naquilo e as balas foram completamente ineficazes! – disse Mike ao Capitão Denbrough.

- Mas que droga! Tem uma criança lá! – exclamou Denbrough – Atirem tranquilizantes antes que ele pegue a criança! – ordenou.

O tenente e o sargento acertaram muitos disparos no monstro, que não era afetado pelos tranquilizantes.

- Mas que diabos! Isso derrubaria cem elefantes! – exclamou o capitão.

Quando a criatura estava prestes a atacar a menina sentiu uma pedra lhe acertar a cabeça.

- Ei, seu boboca! – gritou Zach, irmão de Becky, que dançava de modo provocativo, na intenção de atrair a criatura para longe da irmã.

- Meu Deus, ele vai matar aquelas crianças – gritavam da multidão.

O monstro agarrou Zach pelo pescoço e o ergueu, tal como fez com Martin, segundos antes de morder-lhe a garganta. Mas antes da mordida mortal a criatura deu um grito de dor após ser atingida por uma bola de neve! Becky a arremessara!

- Seu feio, larga meu irmão! – gritou a menina, arremessando outra bola de neve.

Novamente atingida, a criatura voltou a gritar de dor, suas costas exalavam fumaça – as bolas de neve estavam queimando o alienígena.

- Ele está sendo afetado por bolas de neves? – questionou Denbrough – Nós o acertamos com tranquilizantes pesados sem efeito e ele sente o ataque de bolas de neve?

- Espere! – disse o Tenente Huggins – Não são as bolas! Eu entendo! É o sentimento da menina pelo irmão!

- Hã? – fez Denbrough

Huggins entregou um megafone ao Delegado Sullivan, dizendo-lhe que ordenasse à população que atirassem bolas de neve.

- Atirem bolas de neve! Pensem em suas famílias! Pensem no nosso amor por nossa cidade! – ordenava Mike à população.

As bolas de neve arremessadas pela população acertavam a criatura, que gritava e derretia... Até que o monstro se desmanchou completamente evaporando!

Denny pegou a pequena Becky e a entregou à Gina.

- Minha filha! – dizia Gina chorando e abraçando a filha. Em seguida Zach chegava e se juntava ao abraço, e também Wayne, pai das crianças.

- Mamãe, porque o Papai Noel é mal e atacou o Zach? – perguntou Becky.

- Aquilo não era o Papai Noel, filha.

- O que, afinal, era aquilo? – Sullivan perguntava ao Capitão Denbrough.

- Não sei, filho. É algo que devemos esquecer e dar graças por termos nos livrado dele.

FIM


Desejo que seu Natal não seja macabro!
Boas Festas!
E um feliz e prospero ano novo!



...beijinhos***

4 comentários:

  1. Como vc tem capacidade de elaborar uns contos assim? Eu fico impressionada com o tanto q faz histórias tão magnificante bem. Sem contar como escreve, né! Vc devia ser escritora de livros.

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  2. Eu amei o conto macabro do natal. Sempre q ver uma casa mt iluminada aqui em Muzambinho, vou me lembrar desta coisa. Ainda bem q minha casa não tem luisinas q possa atrair o "papai noel" rsrs...
    Q dó da menininha </3
    Amei td

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  3. Feliz 2014 com muita criatividade e sucesso.
    http://crismandarini.blogspot.com.br/

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  4. Que fim inesperado, mas sábio. O mal derrotado pelo amor.
    Eu não tive como escapar de um Natal Macabro com este monte de políticos corruptos roubando nosso dinheiro he he he,
    Bjs

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