terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Noite Maldita 3 - cap 5



Noite Maldita 3

Capítulo Cinco

Após os eventos com o padre Glaxton, Bryan Lempke viajou para a Itália, mais precisamente para a região da Toscana, onde encontraria Cowley.

Cowley tinha por volta de sessenta anos. Era um tipo extravagante no modo de se vestir, usava sempre roupas longas que se assemelhavam a mantos. Usava cabelo comprido e barba aparada... Mas o que chamava, em especial, a atenção de Bryan era o modo como Cowley observava o céu, especialmente quando havia relâmpagos.

Cowley se recostava à janela de seu casebre em um subúrbio toscano observando atentamente o céu, quando pela primeira vez falou a Bryan sobre a arte de interpretar relâmpagos.

Relâmpagos, trovões, entranhas de animais, o voo dos pássaros, o curso dos astros, o aparecimento dos cometas, as chuvas, os sonhos e os pesadelos, os andróginos, as crianças de duas cabeças, os bebês prematuros, as árvores, as abelhas: tudo era pretexto para Cowley prognosticar e prever o futuro. Fora através desses métodos que Cowley previra com exatidão o encontro de Bryan Lempke e o padre Glaxton.

Cowley explicou a Lempke que os raios não são disparados meramente por uma colisão de nuvens, dá-se a colisão para que o raio seja disparado, os raios fazem sinais por terem sido produzidos, mas de que eles se produzem porque teem algo a significar. Cowley explicou ainda a Lempke que o raio que fulminara Michelle ("Noite Maldita 2") fora fruto da vontade divina.

Bryan viveu os anos que se seguiram na Toscana e se tornou discípulo de Cowley, iniciando-se em magia.

*** 

Bryan desceu do ônibus, chegando à região da antiga fazenda. Era o final da tarde e logo teria que enfrentar seu destino. Cowley não revelara a Bryan detalhes do que aconteceria nessa noite, era importante, segundo ele, que Bryan os ignorasse para que a sequência dos fatos não fosse ameaçada.

Após Bryan descer do ônibus, o motorista que o conduzira olhava intrigado para Bryan, pegou, então, o celular e fez um telefonema: “Lempke acabou de chegar à cidade. Sim, veio no ônibus que dirigi”.

Para descansar um pouco da viagem e meditar se preparando, Bryan alugou um quarto de motel por algumas horas. Após deixar o motel, o dono do estabelecimento também deu um telefonema: “Ele acabou de deixar o meu motel”.

Ambos os telefonemas foram para a cúpula da seita secreta que zela pelo cumprimento do ritual maldito.

***

Bryan seguia a pé pela rodovia que dava acesso à entrada do Rubião e às trilhas que conduzem até a Pedra dos Escravos, quando foi interpelado por uma viatura policial.

O carro de polícia tocou a sirene, emparelhou com Bryan, que se deteve, e o xerife desceu da viatura.

“Boa noite, policial” – comprimentou Bryan.

“Coloque as mãos na viatura” – ordenou o xerife, que em seguida o revistou.

Ao examinar os documentos de Bryan o xerife disse:

“Ora, se não é assassino Bryan Lempke!” – havia um tom de ironia em sua fala.

“Eu já paguei tudo o que devia à justiça” – respondeu Bryan.

“Justiça? À qual Justiça você se refere?” – disse o xerife, colocando a arma na nuca de Lempke e em seguida o algemou.

“Você mudou bastante desde a primeira vez em que te prendi vinte e seis exatos anos atrás! Não é interessante que nos reencontremos?” – disse o xerife (o mesmo xerife de "Noite Maldita 1"), que então colocou Bryan no banco de trás de sua viatura e dirigiu até a entrada do Rubião. Chegando lá o fez descer e o conduziu, com a arma em sua nuca, pelas trilhas, até se encontrarem com dois encapuzados.

“Aqui está o descendente! O que faremos com ele?” – o xerife perguntou aos encapuzados.

“O Espírito Maldito nos disse que o descendente deve permanecer vivo. Vamos prendê-lo até que o ritual esteja completo”. – respondeu um dos encapuzados. E levaram Bryan para a cabana onde estavam até momentos antes as pessoas capturadas para servirem de vítimas no ritual (vítimas, entre as quais estava Amanda). Os dois encapuzados ficaram montando guarda.

No interior da cabana Bryan estava refém da situação até que viu diante de si os espíritos de vários escravos que o observavam. Então sentiu que as algemas às suas costas se romperam. Lempke, então, sussurrou para os espíritos: “Vocês me libertaram?”.

 – “Rompemos os seus grilhões! É tudo o que podemos fazer para ajudar! Saia pelos fundos, eles estão conversando diante da frente da cabana. Impeça o ritual, Bryan. Se o Feitor voltar ao mundo dos vivos o mal se espalhará! Seja rápido, o ritual já está avançado! Ajude-nos!” – responderam os espíritos.


Continua...

(Próximo capítulo: Sexta-feira)

4 comentários:

  1. =| ainda bem que os escravos são gnt boa
    Qnd o xerife pois a arma na cabeça de Bryan, eu pensei ele ia atirar D= igual na noite maldita 1
    Esperando o próximo, bjs

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  2. humm Então os espíritos não são tão ruins...

    Quando me visitar aproveite para ler meu conto de Natal.
    É só clicar na árvore que está no lado direito.

    Bjs

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