sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Noite Maldita 3 - cap 6



Noite Maldita 3 - O Final da Maldição


Capítulo Final

No alto da Pedra dos Escravos as vítimas eram sacrificadas uma a uma, e o sangue recolhido derramado no caldeirão.
Amanda assistia às terríveis cenas sem saber se seria pior ser a próxima ou ter que assistir a mais sacrifícios, antes que chegasse a sua vez.

Algo estranho e ainda mais bizarro começou a se formar dentro do caldeirão e a cada novo derrame de sangue aquilo crescia em volume! Amanda nunca vira um demônio, mas tinha certeza de que era o que aos poucos se formava dentro daquele caldeirão!

A coisa erguia-se e aos poucos ganhava uma forma semelhante à humana, porém bestial! A forma inicial era compacta, depois se formaram braços, cabeça com chifres... E então feições horrendas...

Amanda assistiu ao sacrifício das outras seis vítimas, até que chegou sua vez de ser levada para a morte.

Ela foi colada no local e amarrada na mesma posição que as demais, com os braços abertos... Os encapuzados que recolhiam o sangue dos pulsos se posicionaram... E o encapuzado que a segurava se posicionou onde os demais se colocaram para sacrificar suas vítimas... Então ela pode ver o rosto debaixo do capuz... Era Brett! Aquele que ela tanto amou a havia levado para ser sacrificada naquele ritual horrendo! Amanda imaginava, até ali, que quem quer que fossem aqueles encapuzados, eles teriam feito algo a Brett, e agora via que o amado era um deles, que a atraíra para a morte! Amanda chorava pela iminência da própria morte, chorava pela dor de ter sido enganada por Brett, por saber que nunca fora amada por ele... Chorava de raiva de si mesma, chorava de remorso de ter acreditado nele, chorava com saudade de casa, com saudade dos pais e com remorso pelo seu último contato com eles ter sido uma briga...

Brett olhou para os olhos de Amanda, vendo neles toda a dor que ela sentia. Ele nunca a amou de verdade, mas se lembrou das conversas, das declarações que ela lhe dedicava, das horas que passaram juntos, da relação carnal que tiveram... Brett retirou seu punhal e o ergueu... Continuava a olhar os olhos de Amanda.

“Eu não posso fazer isso” – disse Brett.

“O que você está dizendo, irmão Brett?” – perguntou o líder do grupo.

“Ela é uma criança praticamente!” – disse Brett.

“Esse é o sacrifício que mantem nossa terra, e nossas famílias, a salvo das punições! Assim é, e assim tem sido por todos esses anos! Execute a sétima vítima!” – disse o líder.

“Eu não posso” – disse Brett.

“Você é um fraco e um traidor, irmão Brett” – respondeu o líder.

Amanda então viu a boca de Brett se encher de sangue. Outro encapuzado se aproximara por trás e o esfaqueou... Brett vomitou sangue em cima de Amanda e caiu morto.

O encapuzado que matou Brett olhou com desprezo para o ex-confrade no chão, depois limpou o punhal nas próprias vestes e disse: “Será uma honra executar a vítima que completará a volta do Espírito Maldito!” – e, sorrindo, ergueu o punhal – “O Espírito Maldito será grato a mim!”.

Nessa hora muito repentinamente um trovão ecoou com grande força e começou a chover. E alguém saltou até o local do sacrifício! Era Bryan Lempke!
Bryan agarrou o encapuzado, segurou seu pulso, fazendo-o soltar o punhal, ao mesmo tempo agarrou-o pelo pescoço.
Os demais encapuzados se posicionaram para atacar Lempke.

“Não o ataquem!” – Soou a voz horrenda e gutural da criatura que se formava dentro do caldeirão.

“Vamos, Bryan! Mate-a para mim! Afinal esse é seu verdadeiro destino! Você é meu descendente! Tire o sangue da vítima e o derrame no caldeirão! Eu só preciso do sangue de mais uma vítima para estar nesse mundo!”.

 – “Nunca servirei a seus propósitos, Feitor!” – respondeu Bryan e, então, usando o punhal que tomara do encapuzado, cortou as cordas que prendiam Amanda e a colocou para trás de si.

Os encapuzados que haviam ficado vigiando a cabana e o xerife chegavam ao topo da Pedra nesse momento. Assim que deram falta de Lempke seguiram para lá.

“Retirem o maldito pentagrama de prata do pescoço dele! É o que faz com que ele não esteja possuído!” – ordenou a criatura do caldeirão. Mas quando os encapuzados avançaram, relâmpagos começaram a cair sobre a Pedra, dispersando o grupo.

O líder dos encapuzados, que se manteve próximo ao caldeirão, agarrou, então, um dos confrades, que estava ao seu lado, e, inclinando-o para o caldeirão, cortou-lhe a garganta, matando-o e derramando seu sangue.

A criatura, então, abriu os braços e gemia enquanto seu corpo chegava ao fim do processo de materialização física.

Os encapuzados olhavam de longe, e Bryan se aproximou do caldeirão.

“Ele está vindo para este mundo e não há nada o que você possa fazer contra isso!” – o líder disse a Bryan.

“Sim, há! O sangue do próprio feitor pode quebrar o feitiço e bani-lo para os Infernos!” – respondeu Bryan, que usando o punhal fez um corte fundo em seu antebraço, derramando seu próprio sangue no caldeirão – “Meu sangue, sangue de um descendente, tenho o sangue desse demônio maldito!”.

Então um enorme portal se abriu no espaço, e através dele se podia ver o mundo dos mortos – Um mundo tenebroso, que se abria para os Infernos e se viu o rosto da morte! Com aparência de um homem muito feio. Demônios alados saiam do portal e carregavam os encapuzados para o Reino dos Mortos. Enquanto eram carregados a carne de seus rostos se desfaziam e se contorciam de dor, se deformando em horríveis caretas. A criatura no caldeirão, com gritos como de dor, começou a se desfazer e antes de desaparecer por completo gritou: “Você me pagará caro, Bryan!”.

O Portal se fechou, sumindo, como se nunca houvesse estado ali, e com ele se foram os encapuzados e tudo mais que havia sobre a Pedra, com exceção apenas de Bryan e Amanda. A chuva cessava, assim como os relâmpagos... Então os espíritos dos escravos surgiram e se aproximaram deles, entre os espíritos estava a escrava que Amanda vira algumas vezes.

“Obrigado!” – os espíritos disseram, em seguida tornaram-se pontos de luzes, e, então, desapareceram.

Bryan e Amanda deixaram o local. Amanda em choque com tudo o que vivenciara não pronunciou uma palavra até chegarem à estrada.

 “O que foi tudo aquilo?” – Amanda perguntou a Bryan.
“Aquilo foi o fim de uma maldição que assolou por muitos anos essa terra” – respondeu Lempke.
“Eu vi algumas vezes um espírito de uma mulher, que estava entre aqueles...”.
“Ela estava tentando te avisar do perigo que você corria! Creio que agora você tem ideia do que acontece aos que são maus! Volte para casa e viva bem sua vida”.


Amanda voltou para casa e algum tempo depois começou a namorar Jimmy (aquele do capítulo um).

Bryan, livre da maldição, pode ter uma vida normal. Estabeleceu-se numa cidade longe dali, onde veio a conhecer Irene, por quem se apaixonou e veio a se casar.


FIM (?)


...beijinhos***

3 comentários:

  1. Sei não. Acho que este Feitor ainda vai dar um jeito de sair dos quintos dos infernos.
    rsss;
    Feliz Natal.
    Bjs

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  2. A Amanda saiu viva dessa \o/ e de quebra o Bryan tbm. Eu estava torcendo p/ q td desse bem.
    Bryan foi um verdadeiro herói.
    Eu concordo com o Claudio, tb acho q a história ainda não acabou por aí.
    Gostei mt. Beijos.

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