sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Noite Maldita 3 - cap 2



"Noite Maldita 3 - Todos os segredos serão revelados"

Capítulo Dois

Amanda finalmente se encontrava com seu amado Brett! Durante os seis meses de namoro pela Internet, Amanda passava todo o tempo, inclusive durante as aulas da escola, sonhando acordada, perdendo a noção do espaço e do tempo. Parecia viver numa dimensão paralela! Foram seis meses sonhando com esse encontro, idealizando, imaginando como seria perfeito! A paixão que sentia, por si só, lhe trazia inúmeras sensações de prazer, parecia ter nela o mesmo efeito de uma droga.

Agora Brett estava ali, perto dela, de frente pra ela. Ele era ainda mais lindo do que nas fotos que postava. Amanda sempre imaginou que quando esse momento chegasse, ela sairia correndo para os braços do amado e lhe daria um beijo cinematográfico! No entanto, ela ficou ali parada. Brett foi até ela, se abraçaram, ela teve vergonha de beijá-lo.

“As coisas da festa estão prontas?” – Amanda perguntou, sem saber o que dizer.
“Sim, está tudo certo para a festa amanhã” – respondeu Brett, que a tomou pela mão – “Vamos, meu bem, você deve querer descansar da viagem!”.
“Deixa eu só ir rapidinho no banheiro!” – disse Amanda.

Enquanto Amanda lavava o rosto na pia do banheiro da rodoviária, sentiu o ar tornar-se mais frio e quando olhou para o espelho seu corpo inteiro gelou ao ver a imagem de uma mulher negra atrás dela, que a fitava com expressão séria. A Imagem logo desapareceu. Amanda saiu apressada do banheiro. Preferiu não contar sobre isso a Brett. O que ele iria pensar dela? Que era louca e via coisas? Talvez ela estivesse tensa, talvez fosse alguma faxineira da rodoviária que ela vira de relance. Ela não tinha uma boa resposta para o que vira.


Enquanto isso Bryan, que só chegaria à cidade no final da tarde do dia seguinte, se lembrava de sua conversa com o padre Glaxton.

–“Venha comigo até a casa paroquial, lá poderemos conversar melhor” – disse o padre.

– “O senhor pode me dizer sobre meu pai, a fazenda e a maldição?” – perguntou Bryan.
– “Você precisa saber, Bryan, antes de tudo, que há muitas pessoas interessadas no seu destino. Caberá a você, filho, a chance de livrar esta região do jugo maldito, que há muito lhe caiu! Você certamente nesses anos soube ou ouviu algo sobre a Maldição dos Escravos!”.
– “Nos tempos de escravidão vários escravos foram arremessados da Pedra dos Escravos para morte, e seus espíritos desejosos de vingança exigem a cada treze anos a morte de sete pessoas na noite maldita. Caso contrário os espíritos espalhariam mortes na região por treze anos, até que o ciclo se cumpra novamente. Não é isso, padre?”.
– “E você?”
– “Eu fui, por duas vezes, instrumento dessa maldição” – Bryan terminou a frase e ficou calado, voltando o olhar penoso para o chão.
– “Sim, filho, e seu pai também foi usado como instrumento da maldição. Diferente de você, ele sabia que seu avô também fora possuído pela maldição. Seu pai insistia em manter a vã esperança de que ele não seria tocado por ela! Ele ouviu do seu avô sobre a terrível sina e de todos os tormentos que lhe perseguiram. Após a morte do seu avô a maldição caiu sobre seu pai, este, ao perceber que havia voltado da possessão, após cometer os assassinatos, se jogou do alto da Pedra. Sinto tanto por ele” – respondeu o padre Glaxton.
– “As almas dos suicidas não encontram paz, não é, padre?”.
Glaxton com pesar respondeu:
– “Reze sempre pela alma de seu pai”.
– “O senhor sempre soube? Por quê? Por que a meu pai e avô? Por que a mim?”.

O Padre Glaxton olhou para todos os lados, e aguçou os ouvidos – parecia preocupado em não ser ouvido por mais ninguém.

– “Vou te contar a origem da Maldição, o que houve há tanto tempo na antiga fazenda! Existiu, naquele tempo, um feitor, o feitor da fazenda. Ele foi um homem perverso que maltratou de todas as formas aos escravos da fazenda. Costumava amarrar os escravos desobedientes no alto da Pedra, deixando-os desfalecer ao sol. Suas maldades foram inúmeras.
Uma noite os escravos armaram uma rebelião. Eles conseguiram capturar o feitor, e o levaram para o alto da Pedra. Lá eles o assassinaram.
Acontece que o espírito de quem foi mau durante a vida continua igual após a morte de seu corpo físico. Podendo tornar-se uma entidade demoníaca!
Após matar o feitor os escravos festejavam, com um grande banquete no topo da Pedra. Mas acontece que o espírito do feitor fez um trato com o próprio Demônio. O espírito do feitor se tornaria maldito e mandaria muitas almas para o Inferno. Em troca, Satã agonizou de tal forma aos escravos durante o banquete, que eles enlouqueceram e saltaram da Pedra, dando assim ao Feitor a sua vingança. Por serem os assassinos do Feitor, o Demônio possui legalidade sobre suas almas e ele as tornou cativas. Você, Bryan, o seu pai e o pai de seu pai e outros antes de vocês são os descendentes diretos do Feitor e por isso vocês teem sido vítimas de maldição familiar”.
– “As almas das vítimas da Noite Maldita são oferecidas ao Demônio pelo espírito do Feitor?” – perguntou Bryan.
– “Não, e é aqui que o Adversário de nossas almas usou de grande sagacidade! Satã não pode se apossar de almas, se elas forem inocentes. Acontece que durante muitos anos, a maior parte das pessoas da região sabia do sacrifício e era conivente com ele. Em prol de se preservarem da ameaça de treze anos de mortes a população da região entregava as vítimas ao assassino possuído. E por treze anos viviam hipocritamente como uma boa comunidade cristã! As almas da região teem sido condenadas ao Inferno por assassinato”.
– “Aquele que quiser preservar sua vida a perderá!” – disse Bryan e concluiu “Por serem coniventes com os sacrifícios são igualmente culpados por desobedecer ao quinto mandamento: Não Matarás! Aquele que mata em seu coração é culpado de assassinato!” – disse Bryan.

Glaxton esboçou um sorriso pela compreensão de Bryan.

Continua...


(Terça-feira: o terceiro capítulo)

4 comentários:

  1. :| Um espírito de uma escrava passou atrás da Amanda?
    Ih, q tenso! Espero q seja boazinha.
    Não gst do feitor malvado!!!

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    Respostas
    1. :| Tenso!
      Muito obrigada, Vanessa, por acompanhar e comentar! Logo vamos saber desse espírito, se é bonzinho ou malvado! ^^
      ...beijinhos***

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